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G7 é acusado de hipocrisia ao apoiar ofensiva israelense contra o Irã e ignorar vítimas civis

A mais recente cúpula do Grupo dos Sete (G7), realizada no Canadá, reacendeu críticas sobre os padrões duplos da política externa ocidental, especialmente em relação ao Oriente Médio. A declaração conjunta emitida pelos líderes do bloco expressa apoio implícito aos ataques de Israel contra o Irã, enquadrando-os como ações de "autodefesa", mesmo diante das graves consequências humanitárias.


Ataques israelenses contra alvos civis em Teerã. Junho de 2025. ©IRNA
Ataques israelenses contra alvos civis em Teerã. Junho de 2025. ©IRNA

Na madrugada de 13 de junho, Israel lançou uma ofensiva aérea contra o Irã, atingindo instalações nucleares, matando cientistas, comandantes militares e civis. O ataque ocorreu dois dias antes da retomada das negociações nucleares entre Teerã e Washington, previstas para acontecer em Mascate, Omã. A ação israelense, vista por muitos como uma tentativa de sabotar o processo diplomático, não foi condenada pelo G7. Ao contrário, o grupo reafirmou o "direito de autodefesa" de Israel, sem mencionar as mortes de mais de 220 civis iranianos relatadas por autoridades de saúde do país.


Críticos apontam que, ao classificar o Irã como a principal fonte de "instabilidade regional" e "terrorismo", o G7 adota uma retórica desequilibrada que ignora os princípios fundamentais do direito internacional, como a proibição de uso da força sem autorização do Conselho de Segurança da ONU ou em legítima defesa comprovada.


Em contraste, o G7 condenou de forma enérgica a operação russa na Ucrânia, destacando o impacto sobre civis e exigindo responsabilização. No caso do Irã, contudo, evitou qualquer menção ao alto número de vítimas não combatentes, aos danos à infraestrutura e ao risco de escalada regional.


Outro ponto criticado é a prioridade dada pelo G7 à estabilidade dos mercados de energia, em detrimento das preocupações humanitárias. O Oriente Médio, rico em recursos energéticos, continua sendo tratado de forma estratégica pelas potências ocidentais, que mantêm alianças militares com Israel mesmo diante de acusações de violação de direitos humanos e da soberania de países vizinhos.


Embora o Irã afirme que seu programa nuclear é estritamente pacífico e esteja em conformidade com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário, Israel – que não aderiu ao tratado – é amplamente reconhecido como potência nuclear. Ainda assim, o G7 continua rejeitando apelos por uma zona livre de armas nucleares na região.


A retórica do G7, segundo analistas, enfraquece a credibilidade moral do grupo e compromete a eficácia de futuras iniciativas diplomáticas. O apoio incondicional a Israel, mesmo diante de ações ofensivas, fortalece os setores mais radicais do governo israelense e reduz a disposição do Irã para participar de negociações construtivas.


Para restaurar a confiança e promover a paz duradoura, observadores internacionais defendem que o G7 adote uma postura mais coerente, baseada em princípios universais de soberania, respeito ao direito internacional e proteção da vida civil – condenando toda forma de agressão, independentemente do agressor.

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