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Irã processará Grossi por inação diante da agressão israelense

O governo iraniano anunciou que tomará medidas legais contra o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, acusando-o de omissão diante dos recentes ataques israelenses a instalações nucleares no Irã. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (19) pelo chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Mohammad Eslami, em carta oficial endereçada à liderança da AIEA.


Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)

Eslami condenou veementemente o que chamou de “inação” da agência diante de “flagrantes violações do direito internacional” cometidas por Israel, citando normas como a Convenção de Genebra, a Carta das Nações Unidas e o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Segundo o dirigente, os ataques às instalações nucleares civis representam não apenas um atentado à soberania iraniana, mas também uma grave ameaça ao regime global de não proliferação.


“A República Islâmica do Irã está tomando todas as providências legais para responsabilizar Rafael Grossi por sua cumplicidade ao silenciar-se diante de crimes tão graves”, declarou Eslami.

Em declaração paralela, o vice-ministro iraniano para Assuntos Jurídicos e Internacionais, Kazem Qaribabadi, informou que o papel de Grossi no episódio será oficialmente denunciado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para o diplomata, o silêncio do chefe da AIEA, mesmo após sucessivos ataques israelenses a instalações nucleares pacíficas, evidencia que ele “se tornou um peão dos interesses dos Estados Unidos e do regime sionista”.


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai, foi ainda mais direto em sua crítica, acusando Rafael Grossi de “trair o regime de não proliferação” e transformar a AIEA em uma ferramenta política a serviço das potências ocidentais.


“Ao ignorar os direitos garantidos pelo Artigo 4 do TNP às nações comprometidas com o tratado, a agência passou a legitimar violações protagonizadas por países que sequer o respeitam”, afirmou Baqai.

A tensão aumentou após a divulgação, dias antes da agressão israelense de 13 de junho, de um relatório da AIEA que acusava o Irã de descumprir obrigações nucleares — avaliação que Teerã classificou como infundada e politicamente motivada. A publicação do documento foi seguida por uma resolução no Conselho de Governadores da AIEA em Viena, impulsionada por potências europeias com apoio dos EUA.


Analistas iranianos afirmam que o relatório e a resolução contribuíram diretamente para a escalada do conflito, servindo como pretexto diplomático para os bombardeios israelenses que resultaram na morte de cientistas nucleares, comandantes militares e dezenas de civis.


O governo iraniano reiterou que a Operação True Promise III, lançada em resposta aos ataques, foi conduzida dentro dos parâmetros do direito internacional e teve como alvo apenas centros militares e estratégicos do regime israelense.


“Se a comunidade internacional continuar a ignorar essas agressões e legitimar esse tipo de narrativa, todo o sistema de não proliferação nuclear entrará em colapso — e a responsabilidade será do Conselho de Segurança e da própria AIEA”, concluiu Eslami.

Fonte: HispanTV


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