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Israel censura mídia estrangeira após ataques iranianos e impõe sigilo sobre locais atingidos

Em meio à escalada do conflito com o Irã, a polícia israelense suspendeu as transmissões de diversas agências de notícias e veículos estrangeiros que tentavam cobrir os locais atingidos por mísseis iranianos no território israelense. A operação, realizada na manhã desta quinta-feira, incluiu a apreensão de câmeras e equipamentos das equipes de reportagem que estavam registrando imagens nas regiões afetadas.


Destruição em Ramat Gan, após a resposta defensiva do Irã com mísseis na manhã de quinta-feira 19 de junho, em Tel Aviv. ©PressTV
Destruição em Ramat Gan, após a resposta defensiva do Irã com mísseis na manhã de quinta-feira 19 de junho, em Tel Aviv. ©PressTV

As autoridades alegam que a divulgação de imagens e informações sobre os locais atingidos por projéteis balísticos representa uma ameaça à segurança nacional, pois poderia beneficiar os cálculos militares do Irã. "Transmissões que mostram exatamente onde os mísseis caem no Estado de Israel são um perigo para a segurança do Estado", declarou o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir. “Espero que qualquer um que faça isso seja tratado como alguém que prejudica a segurança do Estado.”


A medida, segundo a polícia, foi tomada em conformidade com a política do ministro Ben Gvir e com ordens diretas do comissário Danny Levy. Equipes da Al Jazeera — já proibida de operar em Israel desde o ano passado sob acusações de atuar como "porta-voz" de grupos como o Hamas — foram alvo prioritário da ação, assim como veículos parceiros ou que reproduzam seus conteúdos.


Ainda nesta semana, a polícia realizou batidas nos escritórios de várias redes internacionais, em resposta aos recentes ataques iranianos com mísseis balísticos que atingiram alvos estratégicos no norte de Israel, especialmente na região de Haifa. Desde o início da ofensiva iraniana em 13 de junho, as Forças de Defesa de Israel (IDF) têm reforçado a orientação para que a população e a imprensa evitem divulgar qualquer imagem ou informação sobre os locais de impacto.


“O inimigo monitora as imagens para melhorar suas capacidades de ataque”, alertou o exército em nota oficial.

A mais recente onda de bombardeios, ocorrida nesta quinta-feira, incluiu o lançamento de cerca de 15 mísseis contra o norte de Israel. Registros nas redes sociais mostram nuvens de fumaça em diferentes pontos, sugerindo explosões e destruição em áreas urbanas. A imprensa local confirmou que um dos projéteis atingiu uma região no norte do país, mas os detalhes permanecem sob sigilo por imposição da censura militar.


Horas antes, dezenas de mísseis haviam sido disparados contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv. Os ataques deixaram danos significativos na infraestrutura urbana. O prédio da Bolsa de Valores de Tel Aviv sofreu avarias, assim como o Hospital Soroka, em Beersheva. Também foram registradas destruições em Holon, Ramat Gan e outros pontos da região metropolitana de Tel Aviv (Gush Dan).


O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) afirmou ter mirado um centro de comando israelense nas proximidades do Hospital Soroka. Desde então, as autoridades israelenses intensificaram o controle da informação e aplicaram uma censura ainda mais rigorosa, prática já comum em episódios classificados como “incidentes de segurança” no país.


A repressão à cobertura jornalística dos eventos evidencia o esforço do governo israelense em limitar a divulgação de informações sensíveis durante o avanço do confronto com a República Islâmica, que, por sua vez, ameaça retaliar com ainda mais força caso os EUA se envolvam diretamente no conflito.

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