Egito Jordânia reforçam sua oposição a qualquer tentativa de Israel de deslocar palestinos

O Egito e a Jordânia reforçaram nesta semana sua oposição a qualquer tentativa de Israel de deslocar palestinos de Gaza ou da Cisjordânia, classificando tais ações como violações graves do direito internacional humanitário. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Egito declarou que seu território não servirá como rota para expulsão forçada de palestinos, considerando qualquer transferência compulsória uma forma de limpeza étnica. O país exigiu o cessar-fogo imediato em Gaza, a retirada das forças israelenses e a restauração da Autoridade Palestina na gestão das passagens fronteiriças, incluindo Rafah, alinhando-se a acordos internacionais. O Egito também solicitou ao Conselho de Segurança da ONU medidas para garantir a proteção da população palestina e reafirmou que a criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como capital, é a única solução viável e legal.

@mahmoudhamda

A Jordânia, por sua vez, classificou a tentativa de Israel de expulsar palestinos através de Rafah como crime de guerra e violação direta dos direitos humanos. O ministério jordaniano afirmou que a política israelense constitui uma agressão ao direito do povo palestino de residir em suas terras e formar um Estado independente, e pediu apoio internacional para garantir a formação de um Estado palestino soberano, considerando essa medida essencial para a paz e estabilidade na região.

As declarações ocorrem após comentários do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicando a possibilidade de abertura da passagem de Rafah para que palestinos deixem Gaza, mas afirmando que o Egito impediria a saída. Especialistas em direito internacional alertam que a realocação forçada em larga escala, inclusive para países africanos como Sudão e Somália, seria crime contra a humanidade e poderia ser enquadrada como limpeza étnica, provocando forte reação da comunidade internacional e de organizações de direitos humanos.