Israel proíbe famílias palestinas de comemorar libertação dos prisioneiros na Cisjordânia
- www.jornalclandestino.org

- 13 de out.
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As autoridades israelenses determinaram que as famílias palestinas não poderão celebrar publicamente a libertação de seus parentes detidos, nem conceder entrevistas à imprensa. A medida ocorre durante a primeira fase do acordo de troca de prisioneiros mediado em meio ao cessar-fogo na Faixa de Gaza.
De acordo com relatos de agências locais, forças israelenses invadiram residências em Ramallah, Nablus, Tulkarem e Qalqilya, na Cisjordânia ocupada, para advertir familiares sobre as restrições. Durante as operações, houve registro de casas saqueadas e intimidação de moradores. Panfletos lançados por drones israelenses alertavam que qualquer celebração pública ou hasteamento de bandeiras palestinas poderia resultar em novas prisões.

Testemunhas relataram que os ônibus transportando os libertados da prisão de Ofer até Ramallah foram escoltados por veículos blindados israelenses, que dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra as multidões reunidas para recebê-los. Drones também sobrevoaram a região para monitorar as manifestações.
Fontes próximas às famílias informaram que ao menos 100 dos palestinos libertados serão exilados, sem direito de retorno imediato aos seus lares. Em raros casos, Israel autorizou que alguns se reunissem com familiares no exterior. A família de Muhammed Imran, condenado a 13 penas de prisão perpétua em 2022, afirmou que recebeu ordens diretas de agentes israelenses para “não demonstrar alegria” após sua libertação.
As incursões antecederam a libertação dos prisioneiros e refletem a política israelense de reter controle sobre detidos mesmo após sua soltura. Segundo registros de organizações de direitos humanos, há casos recorrentes de palestinos libertados que são presos novamente sem acusação formal, sob o regime de detenção administrativa — prática que permite a prisão por tempo indeterminado sem julgamento.
Nos últimos meses, o exército israelense deteve novamente pelo menos 20 palestinos que haviam sido libertados em trocas anteriores. Familiares relataram falta de informações sobre o paradeiro e as condições de detenção. Grupos de defesa dos direitos humanos denunciam que não há legislação israelense que impeça a reencarceramento de prisioneiros já libertos.
As medidas restritivas geraram críticas entre a população palestina, que acusa Israel de tentar impedir expressões públicas de solidariedade e resistência. Observadores locais notaram o contraste entre a aparência debilitada de vários palestinos recém-libertados e o estado de saúde dos prisioneiros israelenses libertados de Gaza, descritos como “visivelmente bem” por seus familiares.


























































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