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1963, em Jerusalém: Quando os judeus argelinos foram julgados por Israel

Uma história pouco conhecida do público mancha fortemente a trajetória da comunidade judaica da Argélia, que enfrentou um julgamento incomum por não aderir em massa à imigração para Israel após a independência da Argélia, em 1962.


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Historiadores e a imprensa da época destacaram pela primeira vez a natureza “pública” desse acontecimento singular e criticaram a distinção feita entre os judeus argelinos e outras comunidades judaicas ao redor do mundo. Por que um julgamento? Por que focar nos judeus da Argélia? Essas questões não apenas chocaram os membros da comunidade visada, mas também dividiram profundamente Israel, devido ao contexto em que o caso ocorreu — o fortalecimento da frente sionista — e à singularidade e leveza com que a decisão de levar os acusados à justiça foi tomada.


Um dos advogados de acusação era o presidente da Federação Sionista da Argélia. No dia do julgamento, o presidente do tribunal leu a acusação, que dizia que os judeus argelinos haviam aderido ao projeto sionista em número reduzido, apenas 11% de uma comunidade estimada em 140 mil pessoas. Ele fez uma declaração que marcou história: “Foi um sinal de que estavam negando o seu judaísmo e ignorando resolutamente Israel.”


Assim, os judeus argelinos foram acusados de "falhar em seu dever social e nacional, por não darem o exemplo". Muitos optaram por migrar para outros lugares fora de Israel, enquanto outros preferiram permanecer na Argélia ou emigrar para outras partes do mundo. Também foram acusados de não terem investido no papel que lhes teria sido designado, de "ponte entre as comunidades oriental e ocidental".


Ao todo, cerca de 30 mil judeus argelinos imigraram para Israel durante esse período e depois, ou seja, mais de 25% da comunidade judaica argelina — uma proporção nunca alcançada por nenhuma comunidade judaica no Ocidente.


Os fatos revelados durante o julgamento trouxeram à tona elementos pouco conhecidos sobre a história da comunidade judaica da Argélia e provocaram um comentário contundente na imprensa judaica: “Não culpamos os poderosos judeus americanos, nem os ingleses, sul-americanos ou franceses, mas sim os argelinos.”


Essa história revela traços de um sistema profundamente discriminatório, levando a concluir: "História de uma nação fundamentalmente racista!"

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