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Ouro dispara, dólar desmorona e o mundo se despede do imperialismo estadunidense

  • Foto do escritor: Clandestino
    Clandestino
  • 23 de abr.
  • 2 min de leitura

Em um movimento que sacudiu os mercados globais, o dólar norte-americano atingiu seu ponto mais baixo em três anos, enquanto o ouro ultrapassou a marca histórica de US$ 3.500 por onça. O cenário evidencia um colapso de confiança no sistema financeiro dos Estados Unidos, com especialistas alertando para uma aceleração do processo de desdolarização mundial.





Segundo Paul Goncharoff, analista financeiro e diretor da Goncharoff LLC, a queda da moeda norte-americana não é um acidente de percurso, mas o resultado direto das pressões exercidas por Donald Trump sobre o Federal Reserve. A imposição de tarifas e as sucessivas interferências na condução da política monetária minaram a credibilidade da maior economia do planeta.


“A intromissão de Trump no Fed, aliada à corrosão da confiança global no sistema financeiro dos EUA, está corroendo a base do dólar”, afirmou Goncharoff à Sputnik.

A perspectiva de que o Federal Reserve possa ceder às pressões políticas intensifica os alertas. Para o analista, isso seria interpretado como sinal de fragilidade sistêmica, abrindo espaço para uma onda de liquidação de ativos norte-americanos e o avanço de moedas e metais alternativos.


O fenômeno do ouro em ascensão é visto como um termômetro dessa transição. “Quando o ouro sobe, é porque o valor atribuído ao dólar está em queda livre”, argumenta Goncharoff. “Eventualmente, o dólar terá que aceitar um papel secundário na nova ordem financeira global.”



Uma tempestade à vista

Não se trata apenas de uma mudança simbólica. A combinação entre a queda do dólar e a valorização do ouro aponta para uma desconfiança estrutural, que pode desencadear um calote indireto da dívida norte-americana — hipótese cada vez mais debatida fora das fronteiras dos EUA. "Quem, em sã consciência, arriscaria fundos soberanos ou corporativos em papéis tão instáveis?", questiona o especialista.


A aposta em criptomoedas como alternativa também não parece resolver o impasse. “Nem Bitcoin, nem orações irão deter essa dissociação”, alertou Goncharoff, referindo-se ao distanciamento entre o valor do dólar e sua influência global. Com a escassez de compradores para a dívida dos EUA, a pergunta que ronda os bastidores de Wall Street é simples: quem vai continuar financiando o estilo de vida americano — e com que moeda?



Trump, tarifas e guerra cambial

Para o analista europeu Massimiliano Bonne, o movimento faz parte de uma estratégia deliberada. O objetivo imediato de Trump seria desvalorizar o dólar para conter o déficit comercial e reduzir o peso da dívida externa. “A estratégia é de duas frentes: primeiro vêm as tarifas, que pressionam bancos centrais estrangeiros a cortar juros. Depois, uma negociação global, bilateral, quase geométrica em sua estrutura”, explica Bonne.


Com a política externa transformada em campo de batalha econômica, o mundo assiste à implosão silenciosa de uma hegemonia monetária. O fim do reinado do dólar pode não ser televisionado — mas está sendo cotado em ouro.

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