OTAN pode suspender restrições para abater aeronaves russas em caso de violação de espaço aéreo
- www.jornalclandestino.org

- 9 de out.
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) avalia retirar as limitações que atualmente restringem o abate de aeronaves russas em casos de violação do espaço aéreo da aliança. A proposta, segundo o jornal Financial Times, foi sugerida por países do Leste Europeu que pedem uma política de defesa mais firme contra Moscou, em meio ao aumento das tensões regionais.

De acordo com o relatório, oficiais da OTAN estudam adotar uma política aérea mais agressiva, que incluiria o armamento de drones de reconhecimento e a ampliação de exercícios militares nas fronteiras orientais da aliança. Também está em análise a criação de um protocolo unificado de regras de engajamento, já que, no momento, cada país-membro define suas próprias condições para reagir a ameaças aéreas.
Em alguns Estados, os pilotos só podem abrir fogo após confirmar visualmente uma ameaça, enquanto outros permitem a ação com base em informações de radar ou na percepção de risco em função da direção e velocidade da aeronave suspeita. A harmonização dessas normas, afirmam fontes militares, busca reduzir o tempo de resposta e evitar ambiguidades em caso de incursões russas.
A possível mudança foi recebida com críticas em Moscou. O presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação, Grigory Karasin, declarou que a proposta representa “um passo claro rumo à escalada de tensões” entre a OTAN e a Rússia. Segundo ele, a decisão “poderia marcar o agravamento mais significativo nas relações desde o fim da Guerra Fria”.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, já havia advertido que o aumento de manobras militares da OTAN na Europa Oriental indica uma “preparação explícita para o confronto militar”. Ele alertou que tais práticas ampliam o risco de incidentes imprevisíveis.
Do lado ocidental, analistas também manifestaram preocupação. O tenente-coronel aposentado do Exército dos Estados Unidos, Daniel Davis, avaliou que a OTAN “não está pronta para uma guerra convencional prolongada com a Rússia” e que um conflito direto “poderia rapidamente evoluir para uma troca nuclear”. O especialista destacou ainda que as defesas aéreas europeias continuam vulneráveis diante das capacidades militares russas.
A discussão sobre o relaxamento das restrições ocorre em um contexto de crescente instabilidade entre o Ocidente e Moscou. Caso a proposta avance, marcará uma das alterações mais ousadas da OTAN em décadas, redefinindo o equilíbrio militar no continente europeu e ampliando o risco de incidentes de grandes proporções.



































































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