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Peru abre investigação criminal contra soldado israelense acusado de envolvimento no genocídio em Gaza

O Ministério Público do Peru deu início a uma investigação criminal contra um soldado do exército israelense por suposta participação em crimes de guerra e atos de genocídio na Faixa de Gaza, durante a ofensiva militar de Israel entre 2023 e 2024. A iniciativa surge após denúncia apresentada pela Fundação Hind Rajab (HRF), organização internacional de direitos humanos com foco na Palestina.




A ação foi formalizada pelo advogado peruano Julio César Arbizu González, conhecido defensor de causas ligadas aos direitos humanos e consultor jurídico da HRF. Segundo a denúncia, o militar — integrante do Corpo de Engenharia de Combate das Forças Armadas de Israel — teria participado diretamente da destruição sistemática de residências civis palestinas, ação considerada pela fundação como parte de uma campanha deliberada de extermínio.


A queixa inclui registros audiovisuais e dados obtidos por meio de inteligência de código aberto, indicando que as operações lideradas pelo soldado configuram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.


Para a HRF, a decisão da Promotoria peruana representa um avanço importante na responsabilização de agentes envolvidos nos ataques contra civis em Gaza. “Esta investigação representa um passo significativo para romper com a impunidade que beneficia Israel há décadas”, declarou Dyab Abou Jahjah, presidente da entidade.


Engenharia de combate como pilar da destruição

A denúncia também destaca o papel crucial do Corpo de Engenharia de Combate do exército israelense, apontado como um dos principais operadores da destruição de infraestrutura civil em Gaza. De acordo com a fundação, essa unidade militar, longe de atuar apenas em apoio logístico, tem exercido funções centrais na arrasadora ofensiva, tornando vastas áreas do território palestino inabitáveis.


A HRF afirmou que já compilou centenas de dossiês contra integrantes dessa divisão, com processos em curso em tribunais nacionais de diversos países. A organização planeja ampliar suas ações jurídicas nas próximas semanas.


Apelo internacional e contexto da guerra

A Fundação Hind Rajab conclamou outros países, especialmente os signatários das Convenções de Genebra e do Estatuto de Roma, a seguirem o exemplo do Peru e abrirem investigações contra soldados e autoridades israelenses suspeitos de envolvimento em crimes internacionais.


O conflito iniciado por Israel há quase 20 meses já deixou ao menos 53.822 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Em paralelo, a África do Sul apresentou uma denúncia de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), e o Tribunal Penal Internacional (TPI) expediu ordens de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, responsabilizando-os por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

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