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Reconhecimento internacional não encerra a luta em Ramallah: palestinos exigem fim da ocupação e devolução de suas terras

Apesar das recentes vitórias diplomáticas, com dez países ocidentais reconhecendo oficialmente o Estado da Palestina, os moradores de Ramallah afirmam que o conflito está longe de acabar. Para eles, a luta não se limita à Faixa de Gaza e só terá fim quando houver o término da ocupação israelense na Cisjordânia, a devolução das terras tomadas e a garantia plena de liberdade. A tensão permanece diária, marcada por confrontos, restrições e incertezas políticas.


Qalqilya, Cisjordânia ocupada, 9 de junho de 2022. ©ALAA BADARNEH
Qalqilya, Cisjordânia ocupada, 9 de junho de 2022. ©ALAA BADARNEH

Em Ramallah, capital administrativa palestina, a vida parece seguir entre cafés movimentados, comércio local e manchetes que celebram a nova onda de reconhecimento internacional. Ainda assim, a rotina é permeada pela violência de incursões militares israelenses, por salários públicos atrasados e pela constante ameaça de colonos armados. Estima-se que cerca de 200 mil palestinos tenham perdido seus empregos desde outubro de 2023, quando Israel desencadeou a ofensiva militar de larga escala contra Gaza.


A operação israelense resultou em dezenas de milhares de mortos no enclave, destruição de infraestrutura e denúncias da ONU sobre risco de fome e genocídio. Enquanto isso, na Cisjordânia, relatos de abusos aumentam: colonos israelenses atacam civis em estradas, despejos em Jerusalém ocupada se intensificam e novos assentamentos ilegais, como o projeto E1, ameaçam fragmentar ainda mais o território. Segundo dados da ONU, até meados de setembro, cerca de mil palestinos foram mortos na região por militares ou colonos, e mais de 30 mil foram deslocados à força.


Hebron, na Cisjordânia, em 26 de agosto de 2022 ©REUTERS
Hebron, na Cisjordânia, em 26 de agosto de 2022 ©REUTERS

A pressão diplomática internacional ganhou força após a chamada Declaração de Nova Iorque, articulada por França e Arábia Saudita, aprovada por ampla maioria na ONU, e que reafirma a solução de dois Estados. O plano prevê que o Hamas seja excluído da administração da Faixa de Gaza, transferindo a gestão para a Autoridade Palestina. Israel, no entanto, reagiu com descrédito às medidas e parte de sua ala ultrarradical defende a anexação integral da Cisjordânia.


Entre os moradores de Ramallah, a percepção é de que os reconhecimentos internacionais reforçam esperança, mas não alteram a realidade cotidiana. Em paralelo, manifestações políticas em Ramallah expressaram gratidão a países que reconheceram a Palestina, como Reino Unido, França, Canadá e Portugal. Jovens marcharam com bandeiras na praça de al-Manara, mas a população em geral reagiu com ceticismo, continuando suas atividades diárias. Muitos palestinos acreditam que apenas ações concretas, como a suspensão da venda de armas a Israel e sanções econômicas, poderiam alterar o equilíbrio de forças.


Além da dimensão política, há também o drama humano. Um palestino de Gaza, que prefere não se identificar, relatou a Al Jazeera ter perdido sua casa em Khan Yunis após ser expulso de Jerusalém. Hoje trabalha em Ramallah, distante da esposa e da filha de quatro anos que vivem em uma tenda em Deir al-Balah.


“Construí aquela casa com minhas próprias mãos. Agora só espero poder rever minha filha”, disse.


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