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Retorno dos refugiados ou retorno à instabilidade? O desafio do acordo entre RDC e M23

Um novo capítulo para a paz na região dos Grandes Lagos foi escrito com a assinatura de um acordo entre o governo da República Democrática do Congo (RDC) e o grupo rebelde M23 (Movimento 23 de Março), sob a mediação do Catar. A “Declaração de Princípios”, firmada na capital Doha, foi recebida com otimismo pela Missão das Nações Unidas no país (MONUSCO), que considerou o gesto “um passo importante para a paz sustentável”.


Em comunicado emitido no dia 19 de julho, a MONUSCO afirmou que o acordo reflete a intenção das partes de buscar soluções pacíficas, estabelecer um cessar-fogo e criar um mecanismo conjunto para a implementação efetiva dos compromissos assumidos. “Trata-se de um marco na redução das tensões e na proteção dos civis afetados pelo conflito”, declarou Bruno Lemarquis, representante especial adjunto do Secretário-Geral da ONU na RDC.


Entre os pontos centrais do acordo estão o retorno seguro, voluntário e digno de pessoas deslocadas e refugiadas às suas terras de origem, além do incentivo ao diálogo inclusivo. A iniciativa visa atacar as raízes do conflito, considerado um dos mais complexos e prolongados do continente africano.


DEBEBE, Eskinder. Deslocados internos no campo de Roe, República Democrática do Congo. Bunia, República Democrática do Congo, 22 fev. 2022. Fotografia. Organização das Nações Unidas
DEBEBE, Eskinder. Deslocados internos no campo de Roe, República Democrática do Congo. Bunia, República Democrática do Congo, 22 fev. 2022. Fotografia. Organização das Nações Unidas

O movimento rebelde M23 havia intensificado sua ofensiva no início do ano, tomando cidades estratégicas nas províncias de Kivu do Norte e do Sul, incluindo as capitais Goma e Bukavu. A escalada gerou milhares de mortos, centenas de milhares de deslocados e uma série de violações graves de direitos humanos.


O novo acordo ocorre menos de um mês após um pacto de paz entre a RDC e Ruanda — este último frequentemente acusado pelo governo congolês de fornecer apoio ao M23, o que Kigali nega.


A MONUSCO reforçou a importância de um mecanismo de verificação independente para garantir a cessação das hostilidades e se colocou à disposição para colaborar com parceiros internacionais nesse processo.


Em pronunciamento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou o avanço diplomático: “A Declaração de Doha abre um caminho para a paz duradoura, segurança e o retorno de pessoas deslocadas”. Guterres também agradeceu ao Catar por sua mediação e reafirmou o compromisso das Nações Unidas com a estabilidade e proteção dos civis na RDC.

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