Após desfilar com bandeira de Israel, Tarcísio lambe as botas de Trump mesmo com prejuízos para SP
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- 11 de jul.
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Governador de São Paulo tenta culpar Lula por tarifas dos EUA, enquanto estado paulista lidera exportações afetadas pela medida de Trump

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros trouxe à tona embates políticos e expôs contradições dentro do próprio campo conservador. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), alinhado ao bolsonarismo, saiu em defesa do republicano estadunidense — mesmo com o prejuízo direto à economia paulista, principal exportadora para os EUA.
Nas redes sociais, Tarcísio responsabilizou o presidente Lula pelo aumento da tarifa, afirmando que “colocou sua ideologia acima da economia”. A declaração foi mal recebida por diversos setores, inclusive dentro da própria base econômica que tradicionalmente o apoia.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu: “Quem está colocando ideologia acima dos interesses do país é o governador Tarcísio e os que aplaudem o tarifaço de Trump. Estamos diante de um ataque à soberania, à economia e à democracia brasileira”.
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), ironizou a postura do governador: “Quando Tarcísio desfilava de boné ‘Make America Great Again’, ninguém avisou que o paulista ia pagar a conta. Trump meteu 50% de tarifa no Brasil e adivinha quem está na linha de frente do prejuízo? São Paulo”.
Exportações em risco
Segundo dados da Câmara Americana de Comércio (Amcham), São Paulo exportou US$ 13,5 bilhões para os Estados Unidos em 2024 — cerca de um terço das exportações brasileiras ao país. Entre os principais produtos estão aeronaves, equipamentos de engenharia civil e sucos de frutas. Com as novas tarifas, setores produtivos e financeiros do estado se preocupam com o impacto econômico direto.
O vice-governador paulista, Felício Ramuth (PSD), adotou um tom mais cauteloso e afirmou à Folha de S.Paulo que "o momento é de calma e de novas rodadas de negociação", tentando conter os danos políticos e econômicos.
Críticas até da velha imprensa
Nem mesmo setores conservadores da mídia pouparam o governador. Em editorial publicado nesta quinta-feira (10), O Estado de S. Paulo classificou como "deplorável" a postura de Tarcísio, lembrando seu apoio explícito a Trump mesmo após as primeiras ameaças ao Brasil. O jornal considerou acertada a resposta firme do governo federal e criticou o que chamou de “falsos patriotas”.
Reação do governo federal
O presidente Lula, em entrevistas à Record e à Globo, já havia anunciado a possibilidade de aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada em abril, como resposta às tarifas de Trump. O governo também estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e formou um grupo de trabalho para avaliar medidas retaliatórias.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que as medidas estão sendo analisadas e reforçou que o Brasil não aceitará ataques à sua soberania: “A resposta será firme e proporcional”.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre Tarcísio de Freitas, que, ao optar por defender Trump mesmo diante de prejuízos concretos para o estado que governa, passa a enfrentar desgaste político e questionamentos sobre suas prioridades.



































































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