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Tarifa de Trump ao Brasil isola bolsonarismo em meio a reações críticas do setor econômico

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros expostos ao mercado estadunidense provocou um forte desgaste na base bolsonarista, que tenta justificar a medida culpando o governo Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes. No entanto, setores estratégicos da economia, inclusive ligados à direita, demonstraram preocupação e cobraram uma resposta diplomática firme e pragmática por parte do Brasil.


Bolsonaro
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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), principal voz do agronegócio no Congresso, alertou para os impactos da tarifa sobre a competitividade das exportações brasileiras, o câmbio e o aumento dos custos de insumos importados. Em nota, a bancada pediu “cautela” e diálogo, distanciando-se da retórica bolsonarista que tenta politizar o embate com Washington.


A crítica também veio de dentro do próprio Partido Liberal (PL). Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, considerou a medida de Trump um “exagero” e defendeu a necessidade de melhorar a interlocução diplomática com os EUA. “Precisamos de canais melhores para negociar. Isso afeta a economia americana e brasileira”, disse Passarinho.


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reagiu, classificando a decisão como surpreendente e sem justificativa econômica plausível. Em nota, defendeu a retomada urgente do diálogo com o governo norte-americano para preservar a histórica parceria comercial. Os Estados Unidos são o terceiro maior parceiro do Brasil e o principal destino da indústria de transformação nacional.


A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) seguiu na mesma linha e expressou “profunda preocupação” com os efeitos da tarifa sobre empregos, investimentos e cadeias produtivas. A entidade pediu “diálogo construtivo e urgente” entre os dois países.


Em contraponto às posições do setor produtivo, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente 'morando' nos Estados Unidos, celebrou a medida, chamando-a de “tarifa-Moraes”. Ele voltou a culpar o ministro do STF pela crise diplomática e admitiu ter participado de articulações com o governo Trump para pressionar o Brasil.


“O presidente Trump entendeu que o ministro Alexandre de Moraes age com apoio de um establishment que tolera sua escalada autoritária”, afirmou Eduardo, defendendo a aplicação da Lei Magnitsky para sancionar autoridades brasileiras.


A tentativa do bolsonarismo de internacionalizar disputas internas e justificar um ataque direto à economia nacional tem gerado forte isolamento político, inclusive entre antigos aliados do setor empresarial. Enquanto o governo Lula prepara uma resposta com base na Lei de Reciprocidade Econômica, o campo bolsonarista se vê cada vez mais sozinho na defesa do que já é visto, amplamente, como um revés estratégico para o Brasil.

 
 
 

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