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Trump autoriza operações da CIA na Venezuela e sinaliza possibilidade de ataque terrestre

O presidente Donald Trump confirmou nesta quarta-feira (16) que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela, em uma estratégia voltada a pressionar o presidente Nicolás Maduro a deixar o poder. A informação foi divulgada primeiramente pelo New York Times, citando autoridades estadunidenses que detalharam que a política do governo busca reduzir a influência de Maduro e "combater o narcotráfico" que, segundo Trump, parte do território venezuelano atinge os EUA.


Durante coletiva na Casa Branca, Trump não descartou explicitamente a possibilidade de mudança de regime, embora tenha evitado comprometer-se formalmente. Ele justificou as ações afirmando que os Estados Unidos enfrentam tráfico de drogas e questões relacionadas a presos venezuelanos nos EUA.


 ©WHITE HOUSE
©WHITE HOUSE

Nos últimos meses, os EUA realizaram ao menos cinco ataques a embarcações venezuelanas, alegando que transportavam drogas, resultando na morte de 27 pessoas. O mais recente ocorreu na terça-feira, com seis mortes confirmadas, segundo postagem de Trump em sua plataforma Truth Social. Até o momento, o governo não apresentou evidências públicas de que os barcos estivessem transportando narcóticos com destino aos EUA.


Especialistas jurídicos apontam que tais operações podem violar o direito internacional e a Constituição americana. O advogado constitucional Bruce Fein afirmou que qualquer ação militar fora de legítima defesa requer autorização expressa do Congresso, o que não ocorreu. A Resolução dos Poderes de Guerra de 1973 exige aprovação legislativa ou notificação em 48 horas após ações militares, além de restringir ataques a conflitos declarados ou defesa imediata.


O governo venezuelano, por sua vez, acusou os EUA de violar a Carta das Nações Unidas e disse que as operações visam criar legitimidade para uma mudança de regime com controle sobre recursos do país. Maduro alertou a população contra qualquer escalada e condenou ações passadas da CIA em outros países, defendendo a soberania latino-americana.


Nicolás Maduro
Nicolás Maduro

Analistas locais, como Carlos Pina, afirmam que a medida de Trump pode fortalecer a base política de Maduro internamente, incentivando mecanismos de vigilância e repressão que podem resultar em violações de direitos humanos. A resposta regional tem sido cautelosa: o presidente colombiano Gustavo Petro alertou sobre riscos diretos à Colômbia caso ações armadas escalem, mencionando obrigações da ONU e acordos de paz internos, como o firmado com as FARC em 2016.


O histórico da CIA na América Latina reforça a preocupação internacional. Desde o final do século XIX, os EUA realizaram intervenções militares e políticas em diversos países da região, incluindo Guatemala (1954), Cuba (1961), Brasil (1964), Equador (1963), Bolívia (1964 e 1971), Chile (1973), e operações transnacionais como a Operação Condor (1975), apoiando golpes militares e regimes repressivos. Nas décadas de 1980, ações nos países de El Salvador, Granada e Panamá também foram conduzidas para proteger interesses estratégicos e conter governos de esquerda, muitas vezes com consequências humanitárias graves.


O possível agravamento da situação na Venezuela traz riscos humanitários e econômicos para a região. Desde 2014, mais de 8 milhões de venezuelanos migraram para países vizinhos, principalmente devido a sanções e à crise econômica. Uma escalada militar poderia desencadear uma nova onda migratória e gerar instabilidade regional difícil de quantificar no momento.


Apesar da pressão, o cenário indica que Maduro continuará a resistir a demandas externas, enquanto os EUA mantêm presença militar e naval no Caribe. A falta de acordo diplomático entre Washington e Caracas, somada às tensões históricas da região, sugere que qualquer operação futura da CIA ou ações militares terrestres poderão intensificar conflitos e agravar desafios humanitários e políticos na América Latina.

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