Trump impõe taxa de US$ 100 mil a vistos H-1B e gera incerteza entre empresas de tecnologia e bancos
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- 21 de set.
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A determinação do presidente Donald Trump de cobrar uma taxa de US$ 100 mil para vistos H-1B, concedidos a trabalhadores estrangeiros qualificados, provocou imediata confusão entre empresas de tecnologia e bancos de Wall Street, que passaram o fim de semana avaliando como a medida afetaria dezenas de milhares de funcionários. Microsoft, Amazon e JPMorgan orientaram empregados a retornarem aos Estados Unidos antes da entrada em vigor da regra, prevista para domingo, 21, à 0h01.

Na sexta-feira, 19, Trump assinou a determinação que estabelece a cobrança de uma taxa inédita para novos solicitantes do visto H-1B, usado principalmente por profissionais de tecnologia e outros setores que exigem alta qualificação. A medida gerou dúvidas sobre a aplicação das novas regras, levando grandes empresas a agirem preventivamente, muitas vezes aconselhadas por seus departamentos jurídicos e advogados especializados em imigração.
O governo dos Estados Unidos tentou esclarecer a situação no sábado, 20, afirmando que a taxa se aplicaria apenas a novos pedidos, sem afetar renovações ou atuais portadores do visto. A Casa Branca publicou em suas redes sociais que a mudança:
“não impactará a capacidade de nenhum atual portador de visto de viajar de/para os EUA”.
Mesmo assim, diversas empresas recomendaram que funcionários retornassem aos Estados Unidos antes da vigência da nova regra, enquanto executivos e conselhos corporativos buscavam orientações sobre a comunicação da medida aos seus colaboradores.
Bernhard Mueller, copresidente do grupo de prática de imigração do escritório Ogletree Deakins, relatou ter recebido dezenas de ligações de executivos preocupados com a aplicação da nova política.
“Há muitos pontos de interrogação em torno disso. Ainda estamos voando em condições um tanto nebulosas”, afirmou.
O Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) reforçou, em memorando divulgado no fim de sábado, que a determinação se aplicaria “prospectivamente a petições que ainda não foram protocoladas”. Apesar da tentativa de reduzir a incerteza, especialistas destacam que a mudança representa uma reformulação significativa no processo de concessão dos vistos H-1B, que são essenciais para suprir vagas em setores estratégicos da economia estadunidense.
A política de Trump entra em um debate antigo sobre imigração: defensores de restrições argumentam que o programa prejudica trabalhadores locais ao permitir que empresas contratem estrangeiros por salários mais baixos. Já líderes empresariais afirmam que os vistos H-1B são fundamentais para manter a competitividade das companhias nos Estados Unidos. Autoridades da Casa Branca afirmam que a nova taxa ajudará a priorizar a contratação de trabalhadores domésticos, alinhando-se à agenda de proteção do emprego nacional defendida pelo governo.


























































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