Após um ano de genocídio, Repórteres Sem Fronteiras afirma que Palestina é o lugar mais perigoso do mundo para jornalistas
- www.jornalclandestino.org
- 3 de mai.
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Após mais de um ano e genocídio, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) declarou a Palestina como o local mais perigoso do planeta para o exercício do jornalismo, apontando que quase 200 repórteres foram mortos por forças israelenses na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

“Encurralados no enclave, os jornalistas em Gaza não têm onde se abrigar, nem acesso garantido a comida ou água”, alertou a entidade em relatório divulgado nesta sexta-feira (03/05), no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. O documento acusa o regime israelense de buscar legitimar os crimes cometidos contra profissionais da mídia.
Na Cisjordânia ocupada, jornalistas continuam sendo sistematicamente assediados por colonos e soldados israelenses. A repressão, no entanto, se intensificou drasticamente após 7 de outubro, com uma onda de prisões e um novo patamar de impunidade para crimes contra a imprensa.
De acordo com a RSF, a liberdade de imprensa global vive seu pior momento desde o início da série de relatórios anuais. Pela primeira vez, o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa classificou o estado geral da liberdade de imprensa no mundo como “difícil”.
Dados alarmantes também foram divulgados pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos Ocupados (ACNUDH), que registrou a morte de 211 jornalistas — entre eles 28 mulheres — desde o início dos ataques israelenses à Faixa de Gaza.
Segundo especialistas, o número de jornalistas mortos em Gaza supera o total de profissionais de imprensa mortos somados nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Há ainda fortes indícios de que as Forças Armadas de Israel tenham alvejado deliberadamente jornalistas — uma prática que, se comprovada, pode configurar crime de guerra, de acordo com o direito internacional.
Além das mortes, jornalistas palestinos detidos denunciaram episódios de tortura, abuso sexual e humilhações durante interrogatórios.