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Vaticano rompe silêncio e acusa Israel por ataque a igreja em Gaza

O ataque das Forças Armadas de Israel contra a igreja da Sagrada Família, a única igreja católica em funcionamento na Faixa de Gaza, resultou na morte de três civis e provocou uma virada histórica na postura do Vaticano, que passou a condenar diretamente as ações do governo de Benjamin Netanyahu.


O incidente ocorreu na última quinta-feira (16), quando um tanque israelense disparou contra o templo, situado no centro da cidade de Gaza. A ação, considerada “um erro” por Netanyahu, gerou indignação internacional e um raro tom de censura explícita por parte da Santa Sé.


Em pronunciamento dominical, o Papa Leão XIV condenou “a barbárie da guerra” e o “uso cego da força”, denunciando explicitamente o “ataque do exército israelense”. Essa declaração rompe com a histórica prudência diplomática da Santa Sé e reflete uma crescente mudança de tom do Vaticano diante da crise humanitária em Gaza.


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O primeiro-ministro israelense ligou para o pontífice na sexta-feira, pedindo desculpas e prometendo uma investigação oficial. No entanto, declarações posteriores de altos membros da Igreja indicam ceticismo. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, sugeriu, em entrevista à emissora italiana Rai 2, que o ataque pode ter sido deliberado, e exigiu transparência nas conclusões da investigação israelense.


O cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, visitou Gaza pessoalmente e presidiu a missa na igreja bombardeada, reforçando o compromisso das autoridades cristãs em manter presença na região. “Dizem que foi um erro, ainda que todos aqui acreditem que não”, declarou ao jornal Corriere della Sera.


Segundo François Mabille, diretor do Observatório Geopolítico de Religião, a mudança de posicionamento do Vaticano demonstra uma articulação mais coordenada entre níveis locais e internacionais da Igreja. No mesmo domingo, o papa também apelou à comunidade internacional pela proteção dos civis e pela observância do direito humanitário, acusando o governo israelense de violar quatro princípios fundamentais: proibição da punição coletiva, uso indiscriminado da força, deslocamento forçado e ataques contra civis.


A tensão diplomática entre Vaticano e Israel, que já vinha se agravando desde o início da ofensiva militar em Gaza em 7 de outubro de 2023, se intensifica também diante de recentes ataques de colonos israelenses a igrejas cristãs na Cisjordânia ocupada, como o incêndio de um templo em Taybeh, no início de julho.


O Vaticano, que reconhece oficialmente o Estado da Palestina desde 2015, reafirma seu apoio à solução de dois Estados e defende um status internacional para Jerusalém, com acesso seguro aos locais sagrados.

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