Zelensky promete se demitir quando a guerra terminar e cogita eleições em meio a cessar-fogo temporário
- www.jornalclandestino.org

- 25 de set.
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Em discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que não pretende concorrer a um novo mandato quando o conflito com a Rússia terminar. O líder ucraniano, de 47 anos, também admitiu a possibilidade de eleições durante um eventual cessar-fogo de meses, caso haja acordo entre Moscou e Kiev, revelando ter discutido o tema em reunião com o presidente estadunidense Donald Trump.

Na coletiva após sua fala na ONU, Zelensky afirmou que entende o desejo da população por uma nova liderança e que poderia sinalizar ao Parlamento a realização de eleições caso o cessar-fogo se concretize. “Podemos usar esse período e eu posso dar esse sinal ao Parlamento”, disse, reforçando o que transmitiu a Trump no encontro bilateral da última terça-feira.
Apesar da abertura, o processo enfrenta entraves constitucionais. A lei ucraniana impede eleições durante a vigência da lei marcial, em vigor desde fevereiro de 2022. Eleito em 2019 para um mandato de cinco anos, Zelensky deveria ter encerrado sua gestão em 2024, mas o cargo foi automaticamente prorrogado por tempo indeterminado devido à impossibilidade legal de convocar eleições em meio ao conflito.
Para que uma eleição seja realizada sob lei marcial, seria necessária uma mudança legislativa aprovada pelo Parlamento. O impasse tem sido explorado por Moscou: o presidente russo, Vladimir Putin, questiona publicamente a legitimidade de Zelensky como chefe de Estado, argumentando que o prolongamento automático do mandato fragiliza sua condição de líder democraticamente eleito.
A postura de Washington em relação ao tema também evoluiu. Inicialmente, a administração estadunidense pressionou Kiev para que organizasse eleições o quanto antes, mas recuou dessa exigência à medida que a guerra se prolongou e a estabilidade política interna da Ucrânia tornou-se prioridade.
Zelensky, por sua vez, mantém a posição de que a decisão final dependerá do curso da guerra e de condições mínimas de segurança. Ainda assim, deixou claro que não tem intenção de perpetuar-se no poder, afirmando que a escolha sobre a continuidade da liderança deverá, em momento oportuno, ser devolvida ao povo ucraniano.



































































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