A arte em defesa da liberdade religiosa e contra o preconceito
- Clandestino
- 30 de mai.
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Exposição em Guarujá destaca cultura islâmica e promove liberdade religiosa
O município de Guarujá sediou o evento “Liberdade Religiosa e Cultura Islâmica”, promovido pela Prefeitura por meio da Secretaria de Direitos Humanos e com apoio do Fórum Inter-religioso Municipal, em celebração ao Dia Estadual da Liberdade Religiosa.
Durante três dias, o público teve acesso a uma exposição que reuniu objetos, artefatos e obras visuais relacionados à tradição islâmica. O destaque ficou por conta da artista plástica Diana Emidio, que apresentou uma série de pinturas que dialogam com a estética e os valores do Islã, valorizando suas expressões simbólicas e espirituais. Diana, conhecida por seu trabalho que explora símbolos e narrativas do Oriente Médio, Diana apresentou quadros que retratam elementos da cultura islâmica com sensibilidade, profundidade estética e respeito à simbologia religiosa. Uma de suas obras mais emblemáticas retrata a Mesquita Al-Aqsa, uma das mesquitas mais importantes para muçulmanos de todo o mundo, localizada em Al-Quds (Jerusalém), na Palestina — tema que ela abordou recentemente em outra iniciativa com a plataforma Clandestino.

Diana Emidio vem se consolidando como uma voz comprometida com causas humanitárias, tendo desenvolvido séries voltadas ao reconhecimento das culturas invisibilizadas, sobretudo do mundo árabe-islâmico. Sua participação no evento do Guarujá reforçou o papel da arte como mediadora de diálogos e instrumento de combate ao preconceito.

O encerramento da programação contou com uma palestra do sheik iraniano Hossein Khaliloo, diretor do Centro Imam Mahdi para o Diálogo no Brasil, que abordou os princípios da fé islâmica e a importância do respeito inter-religioso no combate à intolerância. Segundo ele, “o Islã é uma religião de paz e justiça, mas sofre com generalizações que o distanciam do público ocidental”.
A escolha do Islã como tema central das ações inter-religiosas de 2025 foi motivada pela necessidade de dar visibilidade a uma religião que ainda é pouco compreendida no Brasil. Em fala durante o evento, o adido cultural do Irã no Brasil, Ali Reza Mirjalili, destacou a relevância de iniciativas que abram espaço para o intercâmbio cultural e o entendimento mútuo.
Mais do que uma mostra artística, o evento foi um convite à empatia. Ao reunir líderes religiosos, artistas e estudiosos, Guarujá reafirmou o papel da arte e da educação como instrumentos potentes contra o preconceito e em favor da construção de uma sociedade mais justa e plural. Em suas palavras finais, Khaliloo enfatizou: “A verdadeira liberdade religiosa só floresce quando nos dispomos a conhecer e respeitar aquilo que é diferente de nós.”
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