Agricultores paquistaneses vivem entre dívidas, migração forçada e devastação climática
- www.jornalclandestino.org

- 26 de ago.
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O Paquistão enfrenta novamente uma onda de tempestades e inundações que agrava a crise no campo e expõe a vulnerabilidade de milhões de agricultores. Desde junho, chuvas de monção acima da média já deixaram mais de 800 mortos, destruíram casas, dizimaram plantações e levaram milhares de animais, aprofundando um cenário de pobreza e endividamento rural.

Apesar de contribuir com menos de 1% das emissões globais de carbono, o país figura entre os dez mais vulneráveis às mudanças climáticas. Estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas dependam diretamente da agricultura, responsável por 24% do PIB, mas os ciclos de enchentes e secas sucessivas têm provocado colapso econômico e deslocamentos internos.
Casos como o de Iqbal Solangi, agricultor forçado a abandonar sua terra após perder colheitas de arroz em sucessivas enchentes, ilustram a tragédia. Em Baluchistão, Muhammad Hashim resume o sentimento de muitos produtores: cultivar tornou-se “como jogar com a natureza”, em um ambiente em que a imprevisibilidade climática ameaça destruir gerações de trabalho.
Especialistas alertam que o derretimento acelerado das geleiras e as alterações no regime de chuvas podem ampliar a devastação, comprometendo não apenas a produção agrícola, mas também a estabilidade social e econômica do país. Enquanto isso, milhares de famílias enfrentam a incerteza de reconstruir ou abandonar definitivamente suas terras.



































































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