Ataque a ônibus escolar deixa seis crianças mortas e reacende tensão entre Paquistão e Índia
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- 25 de mai.
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Uma explosão atingiu um ônibus escolar militar na cidade de Khuzdar, província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, na manhã de quarta-feira (22), deixando ao menos oito mortos, incluindo seis crianças, e dezenas de feridos. As autoridades paquistanesas atribuem o ataque a ações ligadas à Índia, que nega envolvimento.

O veículo, que transportava cerca de 40 estudantes, foi atingido por um artefato explosivo por volta das 7h40 (horário local). Os feridos mais graves foram transferidos de avião para o Hospital Militar Combinado em Quetta, onde permanecem em estado crítico. Segundo relatos médicos, as vítimas apresentam queimaduras, fraturas múltiplas e traumas severos.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque. O governo do Paquistão, no entanto, sugeriu a possibilidade de envolvimento indiano, alegando a existência de um histórico de operações na região. Nova Délhi refutou as acusações e afirmou que não há qualquer evidência que comprove sua participação no atentado.
A tragédia ocorre em um contexto de trégua delicada entre os dois países, que recentemente enfrentaram um dos confrontos mais intensos em décadas, com trocas de ataques aéreos e de artilharia ao longo da fronteira. O episódio em Khuzdar reacende preocupações sobre a estabilidade do cessar-fogo e a continuidade de eventuais negociações diplomáticas.
Durante visita ao hospital em Quetta, jornalistas estrangeiros, raramente autorizados a entrar na região, testemunharam a comoção entre familiares e sobreviventes. O sargento Nasir Mehmood, pai de um dos feridos, relatou o desespero no momento da explosão. “Quando cheguei, só se ouvia o choro das crianças. Procurei meu filho entre os gritos”, disse.

O Baluchistão é palco frequente de tensões entre o governo central e grupos nacionalistas locais, como o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), responsável por diversos ataques nos últimos anos. Apesar disso, as Forças Armadas paquistanesas alegam que o atentado de quarta-feira não está ligado à insurgência regional, mas sim a uma ação externa.
O governo do Paquistão informou que o caso está sendo levado a instâncias diplomáticas internacionais. O impacto do ataque sobre a retomada do diálogo entre Islamabad e Nova Délhi permanece incerto.


























































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