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Crise neonatal em Gaza: recém-nascidos lutam por vida em hospitais sobrecarregados

Nos hospitais de Gaza, bebês prematuros enfrentam mortalidade elevada em meio ao colapso do sistema de saúde, escassez de medicamentos e superlotação. Gestantes desnutridas e deslocadas dão à luz em condições precárias, revelando o custo humano da guerra e a fragilidade das maternidades em um enclave marcado pela destruição e pelo bloqueio contínuo.


Faixa de Gaza, 2025. _momen__sameer
Faixa de Gaza, 2025. _momen__sameer

Superlotação e colapso do sistema de saúde

O Complexo Médico Nasser, em Khan Younis, é exemplo do colapso hospitalar em Gaza. A unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), projetada para oito incubadoras, abriga atualmente 36 bebês prematuros em condições extremas, com até três recém-nascidos dividindo uma única incubadora. Médicos relatam mortes diárias, escassez de medicamentos essenciais e falta de equipamentos básicos como cloro, fluidos intravenosos e camas.


Quase 60% dos partos em Gaza ocorrem prematuramente, triplicando a taxa anterior à guerra, segundo o Complexo Médico Nasser. Gestantes enfrentam desnutrição severa, deslocamento, água contaminada e falta de cuidados pré-natais, fatores que aumentam os riscos de cesarianas de emergência e complicações neonatais. O UNICEF estima que mais de 20 mil crianças morreram devido à deterioração do sistema de saúde.


Samah Ahmed, de 30 anos, deu à luz Muhammad com 31 semanas e apenas 1,9 quilo, após meses de desnutrição e deslocamento. Com a UTIN lotada, o bebê precisou ser atendido em enfermaria pediátrica improvisada, sofrendo infecção e icterícia. O pai, Tariq Ahmed, acompanha cada respiração do filho, enquanto outros pais observam em silêncio o sofrimento de seus recém-nascidos.


Escassez de profissionais e recursos

A equipe médica trabalha sob condições extremas. Cada enfermeira cuida de oito bebês prematuros, quando o padrão exige uma profissional para cada recém-nascido gravemente doente. Medicamentos vitais, como surfactante pulmonar, estão frequentemente em falta. O diretor da maternidade, Ahmed Al-Farra, alerta que a superlotação força decisões críticas sobre quem recebe ventilador, aumentando a mortalidade neonatal.


O aumento de partos prematuros e complicações neonatais está diretamente ligado à guerra, que destruiu infraestrutura, limitou acesso a cuidados médicos e gerou deslocamento em massa. Mulheres grávidas enfrentam esforço físico extremo, trauma psicológico e desnutrição, elevando significativamente os riscos para mães e bebês.


Autoridades hospitalares pedem abertura plena das travessias e envio imediato de suprimentos médicos, incluindo incubadoras, antibióticos, fluidos intravenosos, leitos e cloro para esterilização. Ahmed Al-Farra afirma que, sem ação rápida, o sistema de saúde não conseguirá suportar a demanda, agravando a crise neonatal e a mortalidade infantil.


Famílias vivem em constante tensão, alternando entre esperança e medo. Samah relata que o sofrimento durante a gravidez e o deslocamento foi extremo, e que agora seu filho enfrenta risco de morte diário. Pais acompanham cada passo dos recém-nascidos, conscientes de que a guerra continua a determinar o destino das crianças em Gaza.

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