Ataques promovidos por grupos extremistas forçam fechamento de 87 escolas em Moçambique
- www.jornalclandestino.org

- 8 de ago.
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Atualizado: 11 de ago.
Pelo menos 87 escolas permanecem fechadas no distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, região norte de Moçambique, após uma nova onda de ataques promovidos por grupos extremistas. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (7) por autoridades locais, que alertam para o impacto da violência armada sobre a educação de milhares de crianças.

Segundo Rachid Suále, chefe do Departamento Pedagógico da Direção Provincial de Educação em Cabo Delgado, está em andamento um mapeamento para identificar as crianças afetadas pela interrupção das aulas. “Estamos levantando quantos estudantes perderam as provas e onde estão, para que possam ser submetidos a uma nova avaliação e não fiquem prejudicados no ano letivo”, explicou.
Os ataques no distrito de Chiúre se intensificaram a partir de 24 de julho, agravando uma crise de segurança que atinge Cabo Delgado desde 2017. A província, rica em recursos naturais como gás natural, tem sido alvo de insurgência armada atribuída a grupos ligados ao autodenominado Estado Islâmico.
Dados preliminares indicam que mais de 48 mil alunos e 490 professores foram impactados diretamente pela paralisação das atividades escolares. Além disso, mais de 57 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas somente no distrito de Chiúre nas últimas semanas.
Até o dia 21 de junho, o número total de escolas fechadas em Cabo Delgado era de 117, distribuídas por diferentes distritos, segundo balanço anterior das autoridades locais.
O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, reconheceu recentemente a gravidade da situação e afirmou que as forças de segurança seguem mobilizadas na região. “Não estamos satisfeitos com o atual cenário. Os terroristas têm avançado para zonas mais distantes do nosso eixo de contenção”, disse o ministro à imprensa.
Um relatório divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS) apontou que pelo menos 349 pessoas foram mortas em ataques de grupos extremistas no norte de Moçambique somente em 2024, o que representa um aumento de 36% em comparação com o ano anterior.


























































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