Macron e al-Sharaa se divertem em festa do pijama, enquanto minorias são massacradas na Síria
- Clandestino
- 7 de mai.
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Atualizado: 8 de mai.
O presidente francês Emmanuel Macron recebeu nesta terça-feira (7) Ahmad al-Sharaa, autoproclamado presidente interino da Síria, no Palácio do Eliseu — marcando a primeira visita oficial de Sharaa à Europa desde a queda do antigo governo sírio.

Segundo comunicado oficial da presidência francesa, o encontro teria como objetivo “acompanhar a transição para uma Síria livre, estável e soberana, respeitando todos os componentes da sociedade síria”. No entanto, os acontecimentos recentes no território sírio pintam um retrato bem distinto do cenário idealizado por Paris.
Desde março, relatos apontam para o massacre de centenas de famílias alauitas e o sequestro sistemático de jovens da mesma minoria, forçados à escravidão sexual por milicianos previamente ligados ao ISIS e à Al-Qaeda — agora sob as ordens das novas forças de segurança comandadas por Sharaa. A violência sectária, longe de arrefecer, se expandiu até as comunidades drusas ao sul da capital, onde confrontos intensos irromperam na última semana.
Em declaração à imprensa, Macron afirmou ter advertido Sharaa quanto à necessidade de proteger todos os cidadãos sírios e garantir que os responsáveis pelos crimes sejam responsabilizados. Mesmo diante dessas denúncias, o presidente francês sinalizou apoio à suspensão gradual das sanções europeias contra a Síria e revelou estar tentando convencer os Estados Unidos a manter suas tropas no país.
A tensão se estende também à fronteira com o Líbano. Grupos extremistas aliados ao novo governo sírio atacaram posições do exército libanês, provocando preocupação em toda a região. Macron defendeu a abertura de negociações bilaterais para a delimitação da fronteira.
Durante a coletiva, Sharaa confirmou que sua administração está engajada em tratativas indiretas com Israel para "reduzir tensões" e afirmou ter garantido aos países vizinhos que os combatentes estrangeiros — integrados às novas forças armadas — obedecerão às leis locais. A promessa de cidadania síria para esses elementos, como parte de uma futura nova constituição, apenas acentuou os temores de legitimação de milícias extremistas.
A recepção calorosa a Sharaa em Paris levanta questionamentos sobre o papel das potências ocidentais no Oriente Médio e a seletividade de seus discursos sobre democracia e direitos humanos. Enquanto Macron posa como mediador da paz, uma nova onda de repressão e terror avança sobre a Síria, agora sob nova direção.
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