Kremlin denuncia avanço do neonazismo na Europa e observa com cautela política alemã

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou nesta segunda-feira (5) sobre o crescimento preocupante de ideologias neonazistas em diversos países europeus, afirmando que até mesmo parte da população local reconhece essa ameaça. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva, na véspera do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio pela Rússia como símbolo da derrota do nazismo na Segunda Guerra Mundial.

"Infelizmente, é improvável que esta celebração seja um ponto de inflexão. As expressões de neonazismo na Europa são substanciais, e muitos cidadãos do continente percebem isso com temor", afirmou Peskov.

Ao comentar a recente decisão das autoridades alemãs de classificar o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como um movimento extremista, Peskov disse tratar-se de um "assunto estritamente interno da Alemanha", destacando que Moscou não pretende se envolver.

Ainda sobre a política alemã, o porta-voz ressaltou que o governo russo acompanhará atentamente as ações do próximo chanceler, Friedrich Merz, que substituirá Olaf Scholz. "Até agora, não ouvimos dele qualquer sinal de disposição para restaurar as relações bilaterais com a Rússia", declarou.

Peskov também comentou, com reservas, o recente anúncio de um acordo entre os Estados Unidos e a Ucrânia sobre recursos minerais, que prevê a criação de um Fundo de Investimento de Reconstrução. O Kremlin afirmou que ainda é cedo para fazer qualquer julgamento, pois o conteúdo do acordo não está claro. "Precisamos de mais detalhes para oferecer uma avaliação", concluiu.