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Lula deixa claro para Trump que o Brasil não se curva, soberania não tem preço e mentira não guia política

Em coletiva de imprensa na sede da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (24), o presidente Lula afirmou que sua expectativa para o encontro com Donald Trump é de diálogo franco e otimista, mas sem concessões em relação à soberania e à democracia brasileiras. Lula destacou que Washington tem adotado medidas equivocadas contra o Brasil por conta de informações distorcidas, e defendeu uma relação baseada em dados concretos e respeito mútuo.


Durante a entrevista, Lula reiterou que Trump estaria “mal informado” sobre questões comerciais e políticas do Brasil, o que teria levado os Estados Unidos a sancionar autoridades e sobretaxar produtos brasileiros. Segundo o petista, a justificativa de déficit comercial apresentada por Washington não corresponde à realidade, já que o país registrou superavit de US$ 1,7 bilhão no comércio bilateral apenas no primeiro semestre de 2025.


PRESIDENTE LULA, DURANTE ENTREVISTA PARA O JORNAL NACIONAL, NO PALÁCIO DA ALVORADA. BRASÍLIA - DF. ©RICARDO STUCKERT
PRESIDENTE LULA, DURANTE ENTREVISTA PARA O JORNAL NACIONAL, NO PALÁCIO DA ALVORADA. BRASÍLIA - DF. ©RICARDO STUCKERT

O presidente também relatou detalhes do breve encontro com Trump nos corredores da Assembleia Geral da ONU. “Estendi a mão e disse que tínhamos muito a conversar. Quando ele tiver informações corretas, mudará de posição”, afirmou Lula, frisando que não existem limites de pauta, desde temas empresariais e tecnológicos até a exploração de recursos estratégicos, mas que não abrirá mão da “soberania nacional e da democracia”.


O tom de otimismo foi acompanhado da disposição em construir uma agenda “ganha-ganha” entre Brasil e Estados Unidos. Lula disse que ficou satisfeito com a declaração de Trump sobre a “boa química” entre ambos e afirmou que relações humanas dependem de confiança.


“Brasil e Estados Unidos são as maiores democracias do continente. Não há motivo para conflito, mas para cooperação”, completou.

Indagado sobre a possibilidade de constrangimentos semelhantes aos que Trump já provocou a outros líderes em encontros oficiais, Lula minimizou. “Somos dois homens de quase 80 anos. Certamente teremos respeito um pelo outro”, declarou, acrescentando que não teme “brincadeiras” ou gestos de desdém.


Além da agenda internacional, Lula comentou temas da política interna, entre eles a rejeição pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado à chamada “PEC da Blindagem” (PEC 3/21), que buscava dar ao Congresso poder de barrar processos criminais contra parlamentares. Para o presidente, a proposta foi “desnecessária, provocativa e passou um péssimo sinal à sociedade”.


O chefe do Executivo ainda abordou a exploração de terras raras por empresas estrangeiras. Ele afirmou que considera discutir o tema com Trump, desde que seja garantido o fortalecimento da indústria nacional:


“Queremos parceiros, mas com um processo de industrialização interna que assegure benefícios ao país”, explicou.

Por ora, não há data nem formato definido para a reunião oficial entre os dois presidentes. Segundo Lula, as equipes diplomáticas estão em contato para definir os próximos passos, e o Brasil não se opõe a que o encontro seja transmitido publicamente.

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