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Lula leva voz do Sul Global à ONU contra crise climática e pelo reconhecimento da Palestina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo (21) para Nova York, onde participará da 80ª Assembleia Geral da ONU, entre 22 e 24 de setembro. Como tradição desde 1955, o Brasil será o primeiro a discursar na abertura do debate geral, em 23 de setembro, logo após as falas de António Guterres e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. Lula leva na bagagem uma agenda ampla que inclui Palestina, democracia, clima e preservação de florestas, reforçando a estratégia de política externa ativa do Brasil. Durante a viagem, Lula estará acompanhado do chanceler Mauro Vieira e de outros ministros e especialistas que compõem a delegação brasileira.


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A 80ª Assembleia Geral da ONU começa nesta terça-feira (23), em Nova York, sob um dos cenários mais tensos da história recente. O multilateralismo, pilar do sistema criado após a Segunda Guerra Mundial, enfrenta questionamentos diante da paralisia do Conselho de Segurança, incapaz de responder ao massacre de civis em Gaza, à guerra na Ucrânia e às novas tensões na América Latina. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abrirá a sessão, o desafio será equilibrar conciliação diplomática e críticas firmes às violações do direito internacional.


A crise em Gaza domina a pauta global. Mais de 50 mil palestinos já morreram, a maioria mulheres e crianças, em meio a ataques israelenses e bloqueios que impedem o acesso a água, alimentos e medicamentos. Apesar de resoluções da Assembleia Geral e de decisão da Corte Internacional de Justiça apontando risco plausível de genocídio, o governo de Benjamin Netanyahu mantém as operações militares. O apoio ou silêncio de grandes potências, em especial dos Estados Unidos, tem reforçado a continuidade da ofensiva.


O presidente estadunidense Donald Trump, em seu segundo mandato, chegou a vetar a presença da delegação palestina em Nova York, forçando a participação remota — decisão que contraria normas da ONU e reforça críticas sobre o uso de dois pesos e duas medidas no cumprimento do direito internacional. O gesto aumentou a pressão sobre a credibilidade da instituição e ampliou cobranças por reformas no sistema de governança global.


No cenário diplomático, o Brasil se posiciona como ator de mediação. Ao longo de 2024 e 2025, buscou promover resoluções de cessar-fogo e reuniu países árabes e europeus em torno de negociações. Para analistas, Lula terá de manter esse tom conciliador, mas também endurecer críticas a violações, seja no Oriente Médio, seja na América Latina, onde a presença de navios de guerra estadunidenses na costa da Venezuela é interpretada como provocação militar.


A guerra na Ucrânia será outro ponto sensível do discurso. O Brasil condenou a invasão russa, mas também questiona sanções unilaterais e a lógica de prolongamento do conflito. A posição é vista como alternativa ao alinhamento automático com blocos militares, ressaltando a necessidade de negociações de paz como caminho para encerrar a escalada bélica.


O tema climático deve aparecer como contraponto à agenda militarizada. Lula, anfitrião da COP-30 em Belém, terá espaço para cobrar maior financiamento internacional em mitigação e adaptação, além de ressaltar a urgência de preservar a Amazônia e outros biomas. Especialistas apontam que a militarização desvia recursos da transição energética, ampliando o risco de crises humanitárias ligadas ao aquecimento global.


Na tribuna da ONU, o presidente brasileiro terá a chance de reforçar a defesa do multilateralismo e da reforma do Conselho de Segurança, além de destacar iniciativas do G-77 e do BRICS+ como alternativas para fortalecer a cooperação entre países em desenvolvimento. Para diplomatas, a postura do Brasil poderá definir se o país consolidará seu papel como articulador do Sul Global em um momento de profunda instabilidade internacional.

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