Ministro iraniano alerta BRICS sobre riscos ambientais e humanos de ataques de EUA e Israel a instalações nucleares
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- 8 de jul.
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Durante a sessão de encerramento da 17ª Cúpula do BRICS, realizada nesta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, fez um pronunciamento contra os recentes ataques israelenses e estadunidenses às instalações nucleares iranianas. O diplomata advertiu que essas ações colocam em risco não apenas a população iraniana, mas também o meio ambiente, classificando os impactos potenciais como “graves e irreversíveis”.

Araqchi denunciou os bombardeios contra três das principais instalações de enriquecimento de urânio no centro e centro-norte do país, e criticou o que chamou de “agressões imprudentes” por parte de “dois regimes armados com armas nucleares contra um Estado que sequer as possui”.
Apesar de o Irã ser signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e manter suas atividades nucleares sob rigorosa inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Araqchi apontou que as ações militares de Estados Unidos e Israel violam abertamente o direito internacional, a Carta da ONU e o Estatuto da AIEA. Segundo ele, os danos ecológicos decorrentes dessas operações militares são “potencialmente irreparáveis”.
O chanceler iraniano também acusou os dois países de se apoiarem em uma resolução recente da AIEA, elaborada sob “forte pressão ocidental”, como justificativa para seus ataques. A resolução alegava que Teerã não estava cumprindo suas obrigações com o órgão, embora o Irã tenha sido submetido, segundo Araqchi, “às inspeções mais intrusivas da história da agência”.
Em outro trecho de seu discurso, Araqchi ampliou a crítica ao panorama global, responsabilizando as nações desenvolvidas pelos desafios ambientais enfrentados atualmente, como a elevação das temperaturas, escassez de água, incêndios florestais e degradação dos ecossistemas. Ele defendeu que os países do BRICS liderem uma reforma urgente da governança internacional, diante da paralisia da ONU frente a crises ambientais e agressões militares.
O diplomata também chamou atenção para o impacto negativo das sanções econômicas, que, segundo ele, dificultam a cooperação internacional em questões climáticas. No caso iraniano, Araqchi denunciou o uso político dessas sanções como ferramenta de pressão, prejudicando a capacidade do país de enfrentar os desafios ambientais com os quais convive diariamente.
A fala do ministro iraniano ecoa em um momento de crescente tensão no Oriente Médio e reforça os apelos por uma ordem internacional mais equilibrada, na qual o multilateralismo do bloco BRICS se contrapõe ao unilateralismo das potências ocidentais.



































































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