ONU denuncia massacres de civis em El Fasher e pede proteção imediata em DarfuR
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- 14 de out.
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O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, condenou nesta sexta-feira (10) os ataques contra civis em El Fasher, norte de Darfur, onde milícias das Forças de Apoio Rápido (RSF) mataram pelo menos 53 pessoas e feriram mais de 60 entre 5 e 8 de outubro, em meio a combates pelo controle do Sudão.
Segundo o escritório de direitos humanos da ONU (ACNUDH), os números de mortos e feridos podem ser ainda maiores, já que El Fasher é a última cidade sob controle do governo em Darfur do Norte e permanece sitiada. O chefe de direitos humanos da ONU descreveu a situação como um “desrespeito interminável e arbitrário” pela vida civil.
As Forças de Apoio Rápido, milícia que se desmembrou das antigas Janjaweed, têm enfrentado o governo militar do Sudão desde abril de 2023. De acordo com Türk, apesar de repetidos apelos para proteção de civis, os ataques continuam, incluindo ofensivas contra abrigos de deslocados internos, hospitais e mesquitas, violando o direito internacional humanitário.

O ACNUDH informou que pelo menos 46 civis foram mortos em ataques de artilharia e drones nos bairros de Abu Shouk e Daraja Oula, além do campo de deslocados internos de Abu Shouk. Entre as vítimas, 14 pessoas morreram durante ataques entre 5 e 7 de outubro ao Hospital Saudita, a última grande instalação de saúde em funcionamento na região, já operando com capacidade reduzida antes dos ataques recentes.
Além dos bombardeios, pelo menos sete civis foram executados sumariamente durante buscas de casa em casa realizadas pelas RSF. Informações preliminares indicam que esses assassinatos podem ter motivação étnica, visando membros da comunidade Zaghawa.
Türk reforçou que as Forças de Apoio Rápido e todas as partes em conflito devem levar em consideração a condenação de Ali Kushayb pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), ocorrida esta semana em Haia, por 27 acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos em Darfur. A RSF cresceu a partir das antigas milícias Janjaweed, com liderança consolidada desde 2013.
O alto-comissário da ONU pediu aos Estados-membros com influência direta sobre o Sudão que adotem medidas urgentes para proteger civis e evitar novas atrocidades em El Fasher e em outras áreas de Darfur, destacando a necessidade de ação imediata para conter a escalada da violência e a crise humanitária na região.


























































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