Palestino morre sob custódia israelense após meses de negligência médica, denuncia comissão

O palestino Mohyee al-Din Fahmi Najem, de 60 anos, morreu no Centro Médico Soroka, em Israel, após meses de negligência médica nas prisões israelenses, segundo denúncia da Comissão Palestina de Assuntos de Detentos e Ex-Detentos e da Sociedade dos Prisioneiros Palestinos.

Mohyee al-Din Fahmi Najem, 4 de maio de 2025 (WAFA)

Natural de Jenin, pai de seis filhos e ex-prisioneiro político com quase 19 anos de encarceramento ao longo da vida, Najem havia sido detido novamente em 8 de agosto de 2023 sob o regime de detenção administrativa, sem acusação formal nem julgamento. Apesar de sofrer de doenças crônicas, ele teve o acesso a cuidados médicos sistematicamente negado.

A Comissão afirmou que o caso configura um "crime composto", envolvendo a detenção arbitrária prolongada e negligência médica deliberada. Em visita realizada em março, Najem já não conseguia caminhar sem apoio. Mesmo após exames médicos, ele não foi informado de seu diagnóstico.

Antes de ser transferido, Najem esteve encarcerado na prisão de Naqab — descrita por organizações de direitos humanos como um centro de abusos extremos, marcada por surtos de doenças como sarna, más condições sanitárias e infraestrutura médica precária.

Com a morte de Najem, chega a 66 o número de prisioneiros palestinos mortos sob custódia israelense desde o início da ofensiva militar e do cerco contínuo a Gaza, incluindo pelo menos 40 detentos da Faixa. Há ainda dezenas de desaparecidos em circunstâncias de desaparecimento forçado. Desde 1967, 303 palestinos morreram sob custódia de Israel, dos quais 75 seguem com os corpos retidos pelas autoridades israelenses.