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49 sul-africanos brancos vão para os EUA sob oferta de refúgio de Trump

Um grupo de 49 sul-africanos brancos desembarcou nesta segunda-feira (horário local) nos Estados Unidos, após deixar Joanesburgo em um voo fretado com destino ao Aeroporto Internacional de Dulles, nos arredores de Washington. Eles são os primeiros africânderes a serem acolhidos como refugiados sob um novo programa do governo Trump, lançado em fevereiro deste ano.



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Jovens refugiados africânderes da África do Sul segurando bandeiras americanas chegam, em 12 de maio de 2025, ao Aeroporto Internacional Dulles em Dulles, Virgínia (Julia Demaree Nikhinson/AP)
Jovens refugiados africânderes da África do Sul segurando bandeiras americanas chegam, em 12 de maio de 2025, ao Aeroporto Internacional Dulles em Dulles, Virgínia (Julia Demaree Nikhinson/AP)


A iniciativa foi anunciada após o então presidente Donald Trump acusar o governo sul-africano, liderado majoritariamente por negros, de perseguir a minoria branca por meio de políticas que classificou como “discriminatórias”, incluindo ações afirmativas e propostas de reforma agrária. A ordem executiva assinada por Trump não só autorizou a entrada desses cidadãos como refugiados, como também suspendeu o financiamento dos EUA à África do Sul, citando uma suposta postura “antiamericana” do país.


As autoridades sul-africanas, no entanto, rejeitam as acusações e afirmam que não há perseguição racial contra os africânderes, descendentes de colonizadores holandeses e franceses. “Eles estão entre os mais privilegiados economicamente da população”, afirmou o governo da África do Sul em nota, destacando que o grupo, embora livre para deixar o país, não tinha justificativa para solicitar refúgio.


A chegada dos refugiados foi organizada pelo Escritório de Reassentamento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Segundo documentos obtidos pela imprensa estadunidense, os recém-chegados receberão apoio financeiro e logístico, incluindo moradia, móveis, roupas, alimentos e artigos de necessidade básica.


O governo Trump alegou que o caso dos africânderes “se encaixa na definição clássica de perseguição racial”, justificando sua inclusão prioritária no programa de refugiados — mesmo diante das críticas de organizações humanitárias, que questionam a priorização de cidadãos de países estáveis em detrimento de refugiados oriundos de zonas de guerra, como Afeganistão, Iraque, Palestina e regiões da África Subsaariana.


Atualmente, os africânderes representam cerca de 2,7 milhões dos 62 milhões de habitantes da África do Sul, que tem mais de 80% de sua população composta por pessoas negras. A maioria dos africânderes mantém posição de destaque na economia e em instituições públicas, com presença ativa na política, nos negócios e na cultura nacional.


O vice-chefe de gabinete da Casa Branca à época, Stephen Miller, classificou o reassentamento como parte de um plano “de maior escala” e declarou que o caso africânder “representa exatamente o porquê da criação do programa de refugiados”. Segundo ele, trata-se de “perseguição com base em uma característica protegida: a raça”.


O episódio marca mais um capítulo tenso nas relações entre Washington e Pretória, especialmente após a África do Sul apresentar uma denúncia de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça e manter relações diplomáticas com o Irã — fatores citados por Trump como justificativas para cortar a ajuda financeira ao país africano.

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