"A expansão deste conflito pode acender um incêndio que ninguém pode controlar.” António Guterres
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- 22 de jun.
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Em uma reunião de emergência realizada nesta sexta-feira (20) no Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral António Guterres fez um apelo pela desescalada do conflito entre Irã, Israel e Estados Unidos. Diante da intensificação de ataques e da crescente crise humanitária, Guterres classificou o momento como um divisor de águas para a estabilidade internacional.
“Não estamos caminhando para a crise — estamos correndo em direção a ela”, declarou o secretário-geral. “Este é um momento que pode moldar o destino das nações... A expansão deste conflito pode acender um incêndio que ninguém pode controlar”, alertou.

Guterres apelou às partes envolvidas para que optem pela diplomacia, enfatizando a importância do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), qual Israel não é signatário, diferente do Irã.
A subsecretária-geral da ONU para assuntos políticos, Rosemary DiCarlo, reforçou as preocupações com as consequências humanitárias e regionais. “A grande maioria [das vítimas] são civis”, disse ela. DiCarlo alertou para a iminência de uma “crise humanitária em tempo real”, com o conflito se espalhando para países vizinhos. Restrições no espaço aéreo se estendem do Líbano ao Iraque, enquanto grupos armados no Iêmen e no Iraque também começaram a se mobilizar.
“As implicações econômicas também são sérias”, acrescentou DiCarlo, observando uma queda de 15% no tráfego comercial pelo Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de transporte de petróleo do mundo.
A situação mais crítica, porém, foi apresentada pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi. Segundo ele, os ataques israelenses a instalações nucleares iranianas comprometeram sistemas de segurança essenciais, elevando o risco de contaminação radiológica.
Grossi expressou maior preocupação com a usina nuclear de Bushehr, que permanece em atividade. “Um ataque direto poderia resultar em uma alta liberação de radioatividade para o meio ambiente”, alertou. Mesmo uma interrupção no fornecimento elétrico externo pode levar ao superaquecimento do núcleo do reator, exigindo evacuações em larga escala.
Ele também advertiu contra qualquer ofensiva ao Reator de Pesquisa Nuclear de Teerã, que, se atingido, colocaria em risco milhões de habitantes da capital iraniana.
“As instalações e materiais nucleares não devem ser envoltos pela névoa da guerra”, afirmou Grossi. “Devemos manter a comunicação, a transparência e a contenção.”
O Conselho de Segurança permanece em sessões extraordinárias, enquanto cresce a pressão internacional por um cessar-fogo imediato e a retomada do diálogo diplomático.





































































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