Aperto de mãos genocida: Israel e Síria negociam acordo de segurança contra o Hezbollah e o Irã

Em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, Israel e Síria estão conduzindo negociações para um possível acordo de segurança que visa fortalecer a cooperação em inteligência, com o objetivo de conter as ações do Hezbollah e a influência do Irã na região. A informação foi divulgada pelo coronel da reserva israelense Moshe Elad e repercutida pela rede Al Mayadeen nesta quinta-feira (3).

Diferente dos acordos de normalização que Israel tem firmado com outros países árabes, o foco desse entendimento está na colaboração prática em questões de "segurança". As conversas também contemplam ajustes fronteiriços nas Colinas de Golã, região síria ocupada por Israel desde 1967.

Além da cooperação militar, o acordo pode incluir exportação de gás natural israelense para a Síria, bem como a gestão conjunta dos recursos hídricos da bacia do rio Yarmouk, um recurso vital para ambos os países.

O presidente interino da Síria, Ahmad al-Sharaa, expressou disposição para o diálogo. Em entrevista ao Jewish Journal, ele afirmou que "a era dos bombardeios retaliatórios intermináveis deve acabar" e destacou que, diante de inimigos comuns, os dois países podem colaborar para garantir a segurança regional.

Segundo o portal Axios, as negociações ocorrem por pelo menos quatro canais paralelos, envolvendo figuras como o conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi; o diretor do Mossad, David Barnea; o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar; além de contato direto entre os setores militares dos dois países.

Embora o passado de antagonismo entre Israel e Síria, especialistas avaliam que o atual contexto político pode favorecer avanços em acordos pontuais, que, segundo relatos, contam com o interesse do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para consolidar uma cooperação de ocupação que, futuramente, poderia evoluir para um tratado de paz com o atual regime genocida na Síria.