Caso Epstein: No país da democracia, juiz rejeita pedido para divulgar transcrições do grande júri
- www.jornalclandestino.org
- 20 de ago.
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Um juiz federal em Nova Iorque negou nesta quarta-feira (20) o pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para tornar públicas as transcrições relacionadas ao caso Jeffrey Epstein. De acordo com informações da agência Associated Press (AP), a decisão do juiz Richard Berman segue a mesma linha adotada anteriormente pelo magistrado que conduziu o processo contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, que também havia recusado a solicitação do governo norte-americano.
Segundo Berman, o conteúdo das transcrições não tem o mesmo peso que os materiais já em posse do Departamento de Justiça. Ele destacou ainda que nenhuma vítima prestou depoimento ao grande júri, sendo a única testemunha um agente do FBI sem conhecimento direto dos fatos, cujo relato teria se baseado, em grande parte, em informações de terceiros.
As audiências em questão ocorreram em junho e julho de 2019 e incluíram a exibição de uma apresentação em PowerPoint e o registro de chamadas telefônicas. Tanto esses materiais quanto as transcrições permanecerão sob sigilo.

No mês passado, um tribunal da Flórida também havia rejeitado pedido semelhante, feito à época pelo governo de Donald Trump. A juíza Robin L. Rosenberg afirmou que a legislação não prevê a divulgação das transcrições do grande júri em circunstâncias como essa, ressaltando que apenas uma decisão da Suprema Corte poderia autorizar a medida.
Em sua decisão, Berman observou que caberia ao próprio governo fornecer ao público informações relevantes sobre o caso. Para o juiz, a moção apresentada para abrir os registros do grande júri representaria um “desvio” em relação ao volume de documentos de Epstein já sob custódia das autoridades.
Jeffrey Epstein foi preso em 2019 acusado de tráfico sexual e conspiração. O empresário aguardava julgamento quando morreu em sua cela, em agosto do mesmo ano. Após sua morte, Ghislaine Maxwell foi indiciada e posteriormente condenada, em 2021, por envolvimento na facilitação dos crimes atribuídos a Epstein.
O caso tem sido marcado por forte pressão pública pela transparência, em meio ao sigilo que envolve documentos e materiais produzidos durante a investigação.