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China reforça papel de mediadora ao convidar liderança do Hamas para visita oficial a Pequim

A China reafirmou seu compromisso com a reconciliação entre facções palestinas ao convidar oficialmente representantes do Hamas para uma visita a Pequim. O convite, entregue pelo embaixador chinês em Doha, ocorre no âmbito do Diálogo de Pequim e busca dar continuidade aos compromissos firmados na Declaração de Pequim, assinada em julho de 2024.



A iniciativa segue um gesto semelhante feito ao Fatah, sinalizando o engajamento ativo do governo chinês na mediação entre as principais forças políticas palestinas. A Declaração de Pequim, firmada em 23 de julho, reuniu 14 grupos palestinos — incluindo Fatah e Hamas — com o objetivo de superar divisões internas persistentes desde 2007.


O acordo estabeleceu diretrizes para a criação de um governo de unidade nacional provisório responsável por administrar a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, além de preparar o terreno para eleições futuras. Também foram reafirmados o direito do povo palestino à resistência, conforme o direito internacional, e a defesa da criação de um Estado palestino com capital em Jerusalém Oriental, conforme as resoluções 181 e 2334 da ONU.


Outro ponto central da declaração é a exigência do fim do bloqueio à Gaza e a garantia de acesso irrestrito à ajuda humanitária, além da proteção dos direitos religiosos e nacionais em Jerusalém, com destaque para a Mesquita de Al-Aqsa, frequentemente alvo de violações por parte de Israel.


O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, elogiou os avanços obtidos durante as negociações, destacando o compromisso das facções palestinas com a reconciliação e a defesa dos interesses nacionais. O acordo prevê encontros periódicos sob a estrutura do Marco de Liderança Temporária Unificada, com monitoramento conjunto de China, Egito, Argélia e Rússia.


A crescente atuação de Pequim no processo de paz palestino insere-se em uma estratégia diplomática mais ampla no Oriente Médio. Após mediar a reaproximação histórica entre Arábia Saudita e Irã em 2023, a China tem se posicionado como uma alternativa ao protagonismo ocidental na região, promovendo um modelo de diálogo multipolar e buscando novos caminhos para a estabilidade política.

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