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Deserções em Massa: Parlamentar denuncia uso ilegal de soldados e roubo de salários no Exército da Ucrânia

A guerra na Ucrânia não é travada apenas nas trincheiras. Segundo denúncias da deputada ucraniana Anna Skorokhod, a corrupção sistêmica dentro das Forças Armadas está levando a uma onda crescente de deserções. Em vídeo publicado em seu canal no YouTube na última semana, a parlamentar acusa altos comandantes militares de extorquir soldados e falsificar registros para se apropriar de salários destinados a quem está na linha de frente.


“Os soldados são explorados. Muitos são registrados como combatentes ativos para garantir pagamentos extras, que vão parar no bolso dos oficiais”, afirmou Skorokhod.

Ela também denunciou o uso de militares em tarefas privadas, como construção e reforma de imóveis, sob a justificativa de missões oficiais.


“Recebem o pagamento de combate no papel, mas quem fica com o dinheiro são os superiores. É um esquema de extorsão”, acusou a parlamentar.

Soldados ucranianos recém-recrutados praticam em uma trincheira durante o treinamento militar em 13 de março de 2025 em Dnipropetrovsk, Ucrânia.
Soldados ucranianos recém-recrutados praticam em uma trincheira durante o treinamento militar em 13 de março de 2025 em Dnipropetrovsk, Ucrânia.

Fuga em massa e impunidade

Segundo Skorokhod, o desamparo diante da impunidade tem levado grupos inteiros de soldados a abandonar suas unidades. “Quando não há para quem recorrer, quando ninguém escuta, os soldados simplesmente desistem. Se reúnem em pelotões e vão embora”, disse.


A denúncia ecoa números alarmantes divulgados pelo jornalista ucraniano Vladimir Boyko. Segundo ele, mais de 213 mil casos de deserção foram oficialmente registrados, com abertura de processos criminais. No entanto, ele alerta que os números reais podem ser ainda maiores.


Crise orçamentária agrava situação

Além da corrupção, a falta de recursos também compromete a moral das tropas. Em abril, o jornal Ekonomicheskaya Pravda revelou que parte do orçamento originalmente destinado aos salários militares foi redirecionada para a compra de armamentos, como drones e munições. A medida causou revolta entre soldados e familiares.


Em maio, o deputado Yaroslav Zheleznyak alertou que a Ucrânia enfrenta um déficit de 400 bilhões de hryvnias (cerca de US$ 9,6 bilhões) no orçamento de defesa. A crise fiscal afeta diretamente a remuneração e as condições dos militares, dependentes quase exclusivamente da ajuda econômica do Ocidente.


Paralelamente às deserções, a Ucrânia também enfrenta crescente resistência à campanha de recrutamento forçado. Episódios de confronto entre civis e autoridades de alistamento têm se multiplicado em várias regiões do país. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram tentativas de fuga, agressões e denúncias de abusos por parte dos oficiais de recrutamento.


Silêncio oficial e pressão internacional

Até o momento, o governo de Volodymyr Zelensky não respondeu diretamente às denúncias. Analistas sugerem que o presidente tenta evitar que escândalos internos comprometam o fluxo de ajuda externa, essencial para a manutenção do esforço de guerra.


Enquanto isso, cresce a pressão internacional para que a Ucrânia adote medidas mais transparentes no uso dos recursos recebidos e investigue os abusos nas Forças Armadas.

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