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Direita avança e redesenha o mapa político da América Latina

Os últimos processos eleitorais na América Latina revelam uma tendência de fortalecimento da direita e da extrema direita, com vitórias em países como El Salvador, Argentina, Costa Rica, Panamá, Equador, Paraguai e Bolívia. Esse movimento é impulsionado também pelo cenário internacional, em especial pela vitória de Donald Trump nos Estados Unidos em 2023, que se consolidou como catalisador político e estratégico para a região.


As próximas eleições no Chile e na Colômbia devem ser determinantes para a continuidade dessa guinada conservadora. Em território chileno, a candidata do Partido Comunista, Jannette Jara, aparece à frente nas pesquisas de primeiro turno, mas perde no segundo para o direitista José Antonio Kast. Já na Colômbia, a morte do candidato de centro-direita Miguel Uribe alterou o quadro eleitoral, reduzindo as chances de vitória para a esquerda em 2026.


NAYIB BUKELE, PRESIDENTE DE EL SALVADOR  I ARQUIVO
NAYIB BUKELE, PRESIDENTE DE EL SALVADOR I ARQUIVO

Entre os fatores que explicam esse avanço estão os efeitos sociais e econômicos da pandemia, como inflação, desemprego e queda no crescimento. A crise de representatividade, agravada pela distância entre partidos e sociedade, abriu espaço para narrativas de extrema-direita, que exploram frustrações populares. O uso intensivo das redes digitais, discursos agressivos e retóricas religiosas ampliaram o alcance dessas correntes, conquistando jovens e trabalhadores desencantados com os partidos tradicionais.


A violência também se tornou terreno fértil para propostas autoritárias. O “bukelismo”, associado a medidas de repressão, prisões em massa e suspensão de direitos civis, ganhou força como modelo de enfrentamento ao crime organizado. Na mesma direção, o governo Trump reforça sua presença militar na América Latina, sobretudo próximo à Venezuela, em nome do combate ao narcotráfico, mas também para frear a influência econômica da China.


O Brasil é apontado como peça central nesse cenário. Caso o bolsonarismo retome força política e a direita vença as eleições de 2026, a região poderá assistir ao maior triunfo conservador desde as ditaduras militares. Uma vitória de Lula, por outro lado, ao lado do México, poderia equilibrar forças e conter o avanço direitista. Outros fatores decisivos serão as eleições legislativas na Argentina e as parlamentares de meio de mandato nos Estados Unidos em 2026, que podem limitar a capacidade de ação de Javier Milei e Trump.

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