Entre um terrorismo e outro, O presidente sírio al-Sharaa se senta com o general dos EUA que o prendeu
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- 23 de set.
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No mesmo palco em Nova York, durante a Cúpula Anual Concordia, o presidente sírio Ahmed al-Sharaa e o general estadunidense aposentado David Petraeus protagonizaram um encontro carregado de simbolismo e ironia histórica. O líder sírio, que esteve preso sob ordens de Petraeus entre 2006 e 2011 durante a ocupação do Iraque, hoje ocupa o cargo mais alto da Síria após derrubar Bashar al-Assad. A cena ilustrou não apenas a reviravolta política do Oriente Médio, mas também a reconfiguração das alianças internacionais.

Al-Sharaa assumiu a presidência em janeiro, sua trajetória inclui a fundação da Frente al-Nusra – ligada a Al-Qaeda – em 2012, para combater o antigo regime. O grupo posteriormente rompeu com a Al-Qaeda e se unificou a outras facções, dando origem ao Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que foi classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos em 2018. Apenas em julho deste ano, Washington retirou essa designação, após a queda de Assad e a mudança no cenário sírio.
Petraeus, que comandou as tropas estadunidenses na invasão do Iraque e depois dirigiu a CIA, reconheceu o paradoxo do encontro.
“Sua transformação de líder insurgente a chefe de Estado é uma das mais dramáticas da história recente do Oriente Médio”, declarou, chegando a afirmar ser “um fã” do presidente sírio.
A declaração chamou atenção, sobretudo porque Washington chegou a oferecer uma recompensa de US$ 10 milhões pela captura de al-Sharaa, valor retirado apenas em dezembro passado.
Durante a conversa, o presidente sírio afirmou que “houve erros” em sua trajetória como comandante insurgente, mas destacou que sua prioridade hoje é reconstruir a Síria, promover eleições parlamentares e consolidar a unidade nacional.
“As pessoas que viveram a guerra sabem da importância da paz.” Al-Sharaa
O líder sírio aproveitou a ocasião para cobrar do Congresso dos Estados Unidos a revogação da Lei de Proteção Civil da Síria, aprovada em 2019, que impõe sanções econômicas ao país. Também defendeu a proteção constitucional de minorias, como a população curda, embora tenha reiterado que apenas o Exército sírio deve deter o monopólio das armas.































































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