"Estamos na última fase do sionismo" afirma o historiador israelense Ilan Pappe
- Clandestino
- 14 de jan.
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Durante conferência em Copenhague, Pappe aborda o "neossionismo" e as consequências do cenário político internacional para Gaza.

Em uma manhã fria na capital dinamarquesa, o historiador israelense Ilan Pappe conversava em árabe fluente com os organizadores de uma conferência sobre Gaza. O evento, promovido pela recém-formada Rede Europeia Palestina, reuniu acadêmicos, ativistas de direitos humanos e membros da comunidade local, incluindo dinamarqueses de ascendência palestina, todos alarmados com a situação na Faixa de Gaza.
Durante sua palestra, Pappe, reconhecido por sua defesa dos direitos palestinos, criticou duramente a resposta europeia ao conflito. "A Europa, que se considera um modelo de civilização, ignorou o genocídio mais televisionado da história moderna", afirmou.
"Neossionismo" e os estágios finais do sionismo
Em entrevista à Al Jazeera, Pappe, de 70 anos, discutiu o que considera ser o estágio atual do sionismo, que ele definiu como "neossionista". Segundo ele, essa nova fase é marcada por ações mais rápidas e agressivas em comparação aos esforços graduais das gerações anteriores.
"É uma tentativa de completar o projeto iniciado em 1948: controlar toda a Palestina histórica, remover o maior número possível de palestinos e estabelecer um império israelense respeitado e temido na região", explicou.
Pappe acredita que este momento pode representar o último capítulo do sionismo.
"Movimentos ideológicos, sejam coloniais ou imperiais, geralmente chegam ao seu ápice antes de colapsarem",
Impactos da política americana
Ao ser questionado sobre o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Pappe demonstrou preocupação. Ele destacou a influência de figuras como Elon Musk, que apoia abertamente as políticas israelenses.
"É difícil imaginar algo positivo em um segundo mandato de Trump, especialmente com suas conexões com Musk e outros aliados que fortalecem Israel", afirmou.
Com os conflitos em Gaza persistindo e a política americana prestes a mudar, Pappe ressaltou que a situação para os palestinos pode se tornar ainda mais desafiadora no curto prazo.
A conferência em Copenhague foi um espaço de articulação para aumentar o apoio internacional à população de Gaza, que enfrenta contínuos bombardeios e uma crise humanitária sem precedentes.
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