Gaza sitiada: ONU denuncia crise humanitária extrema e uso da ajuda como arma de guerra
- www.jornalclandestino.org

- 23 de abr.
- 2 min de leitura
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou nesta terça-feira (23) que a Faixa de Gaza enfrenta o período mais longo sem a entrada de ajuda humanitária ou suprimentos comerciais desde o início da guerra, em outubro de 2023.

"A situação humanitária em Gaza nunca foi tão grave", afirmou Jens Laerke, porta-voz do OCHA, durante coletiva em Genebra. Segundo ele, os mais de 2,1 milhões de habitantes da região estão privados de alimentos, medicamentos, combustível e água potável, em um bloqueio cada vez mais sufocante.
Do outro lado da fronteira, cerca de 3.000 caminhões com suprimentos vitais — organizados pela Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) — seguem impedidos de cruzar para o território, barrados pelas autoridades israelenses.
Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, descreveu o cenário como “uma fome deliberada e provocada pelo homem”. Em comunicado oficial, ele condenou o uso da ajuda humanitária como ferramenta de coerção. “Gaza tornou-se uma terra de desespero, onde a população civil é punida coletivamente”, disse.
A agência afirma que os estoques de alimentos dentro do enclave estão praticamente esgotados. Apenas 250 cestas básicas restam, enquanto a farinha desapareceu das prateleiras, padarias fecharam as portas e hospitais estão à beira do colapso sem insumos ou combustível. Os preços de itens essenciais dispararam.
Apesar do bloqueio, a UNRWA segue ativa no território, prestando serviços essenciais. Ao menos oito centros de saúde e 39 postos médicos continuam realizando cerca de 15 mil atendimentos por dia. Também foi iniciada uma campanha de doação de sangue para apoiar os hospitais que enfrentam escassez crítica de bolsas para transfusão.
Diante do agravamento da crise, Lazzarini reiterou os apelos da ONU por ações imediatas: “O cerco deve ser encerrado, os suprimentos precisam entrar, os reféns devem ser libertados, e um cessar-fogo precisa ser restaurado.”





































































Comentários