Iêmen contra-ataca império bélico dos EUA e atinge Tel Aviv em defesa da Palestina
- Clandestino
- 18 de abr.
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Em resposta a um bombardeio norte-americano que deixou ao menos 74 mortos na província de Hodeidah, as Forças Armadas do Iêmen (YAF) intensificaram seus ataques contra alvos israelenses e norte-americanos na sexta-feira, 18 de abril. O movimento marcou uma nova escalada no confronto regional, com a capital Sanaa reiterando seu compromisso de se manter ao lado da Palestina.

De acordo com o porta-voz militar brigadeiro-general Yahya Saree, a YAF lançou um míssil balístico Zulfiqar contra o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. Simultaneamente, uma ofensiva coordenada atingiu os porta-aviões USS Harry S. Truman e USS Carl Vinson — ambos presentes no Mar Vermelho — com o uso de mísseis de cruzeiro e drones.
Saree destacou que essa foi a primeira vez que o USS Carl Vinson foi alvo direto das forças iemenitas desde sua chegada à região para apoiar as ações militares dos EUA em respaldo à ofensiva israelense contra Gaza.
Durante a operação, a defesa aérea iemenita também derrubou um drone norte-americano MQ-9 sobre o espaço aéreo da província de Sanaa, utilizando um míssil terra-ar de fabricação nacional. Este é o quinto drone do tipo abatido pelas forças iemenitas em apenas três semanas — e o vigésimo desde que os EUA reiniciaram sua campanha militar no país.
“Estamos firmes ao lado de Gaza diante da escalada de agressões promovidas por EUA e Israel”, afirmou Saree em pronunciamento realizado enquanto manifestações populares tomavam as ruas de Sanaa e outras cidades, em apoio à resistência pró-Palestina.
O porta-voz advertiu que qualquer nova ofensiva norte-americana será respondida com intensidade crescente, deixando claro que os ataques do YAF não cessarão até que Israel interrompa sua campanha militar contra Gaza e suspenda o cerco à região.
Horas antes do anúncio iemenita, ataques navais dos EUA atingiram o porto petrolífero de Ras Issa, em Hodeidah, matando pelo menos 74 civis e ferindo mais de 100, segundo fontes locais. Autoridades de Sanaa classificaram o bombardeio como um “crime de guerra” e prometeram retaliação.
No dia anterior, o líder do movimento Ansar Allah, Abdul Malik al-Houthi, revelou que os Estados Unidos já haviam realizado 900 ataques aéreos contra o Iêmen desde meados de março. Em resposta, a YAF intensificou sua ofensiva, com 78 lançamentos de mísseis e drones contra Israel e o USS Truman.
Apesar do volume dos ataques liderados por Washington, a resistência iemenita segue inabalável. Analistas e fontes do Congresso dos EUA, ouvidos pelo New York Times, alertaram que a operação prolongada no Oriente Médio está comprometendo a capacidade bélica norte-americana no Pacífico — região estratégica frente à crescente tensão com a China. A sobrecarga das tropas e a dificuldade de manter equipamentos em funcionamento geram crescente preocupação no alto escalão do Pentágono.
A guerra, iniciada em janeiro de 2024, não apenas falha em sufocar a resistência iemenita, como começa a corroer a própria estrutura militar do império que a promove.