Imagens de Satélite Revelam Valas Comuns Após Tomada da Cidade de Al-Fashir no Sudão
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Novas imagens de satélite analisadas pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale, nos Estados Unidos, revelam indícios de valas comuns e manchas de sangue em Al-Fashir, cidade conquistada em 26 de outubro pelas Forças de Apoio Rápido (RSF). A descoberta surge em meio à escalada da guerra civil no Sudão e amplia a pressão internacional por responsabilização diante das atrocidades cometidas.

As imagens, fornecidas pela empresa estadunidense Vantor — anteriormente conhecida como Maxar Technologies —, mostram dois pontos principais de possível extermínio: um ao norte do hospital saudita, onde estima-se que cerca de 460 pessoas tenham sido mortas, e outro próximo a um antigo hospital infantil, utilizado pelas RSF como centro de detenção. O relatório de Yale alerta que a superposição de corpos nas valas dificulta qualquer estimativa precisa do número de mortos.
A Associated Press (AP), que teve acesso independente às mesmas imagens da Vantor e à análise de satélite da Planet Labs PBC, confirmou alterações no solo compatíveis com escavações recentes. Tais evidências reforçam os relatos de sobreviventes e vídeos divulgados online que descrevem cenas de devastação e massacres em massa.
Embora as RSF neguem envolvimento nas mortes, testemunhos e provas visuais indicam o contrário. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a situação como “horrível” e exigiu mecanismos internacionais de responsabilização pela tomada de Al-Fashir. As forças paramilitares, que já dominam o oeste de Darfur, lutam contra o exército sudanês pelo controle da região central do país.
Em meio às tentativas fracassadas de cessar-fogo mediadas pelos Estados Unidos, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos — estes últimos acusados de fornecer armas às RSF —, o ministro da Defesa sudanês, Hassan Kabroun, afirmou que “os preparativos para a batalha do povo sudanês continuam”. O Conselho de Soberania, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, anunciou um plano para facilitar o acesso à ajuda humanitária e restaurar a paz, mas a ofensiva militar segue intensa.
Segundo dados da ONU, mais de 71 mil civis fugiram de Al-Fashir e outros 12 mil buscaram refúgio na cidade vizinha de Tawila, a 70 quilômetros. Desde o início da guerra civil, em 15 de abril de 2023, mais de 40 mil pessoas foram mortas e cerca de 14 milhões deslocadas, agravando a crise humanitária e provocando surtos de doenças em várias regiões do Sudão.
Fonte: Associated Press (AP) / Laboratório de Pesquisa Humanitária de Yale / ONU.




























































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