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Corbyn: "ONU, uma organização enfraquecida, sem recursos nem autonomia, incapaz de garantir um cessar-fogo em Gaza..."

O parlamentar britânico Jeremy Corbyn atribuiu a catástrofe humanitária em Gaza ao apoio financeiro dos Estados Unidos e à omissão das potências europeias, criticando severamente a conivência internacional com o que descreveu como “um dos maiores crimes do nosso tempo”.



Parlamentar britânico Jeremy Corbyn
Parlamentar britânico Jeremy Corbyn


Durante uma entrevista concedida na última quinta-feira, o ex-líder do Partido Trabalhista lamentou a repressão aos símbolos de solidariedade ao povo palestino em diversas cidades da Europa. “Hoje, nas ruas europeias, pessoas que levantam uma bandeira da Palestina podem ser presas. Nunca imaginei que defender os direitos dos palestinos despertaria tamanho nível de desconfiança e hostilidade”, declarou.


Corbyn também denunciou o papel desempenhado por governos ocidentais, particularmente o britânico, no apoio às ações de Israel em Gaza, que ele caracterizou como genocidas. “O apoio britânico ao genocídio em Gaza foi deliberado”, afirmou em publicação nas redes sociais, acompanhada por duras críticas ao silêncio da comunidade internacional.


O parlamentar ainda chamou atenção para o enfraquecimento das instituições multilaterais. “Nasci no final dos anos 1940, quando a ONU simbolizava esperança e o direito internacional era levado a sério. Hoje, vemos uma organização enfraquecida, sem recursos nem autonomia, incapaz de garantir um cessar-fogo em Gaza, assim como não conseguiu trazer paz ao Iêmen, ao Sudão ou à República Democrática do Congo”, lamentou.


Corbyn destacou o papel das indústrias armamentistas, principalmente nos Estados Unidos e Europa, na manutenção de conflitos globais, incluindo Palestina, Ucrânia, Iêmen e Sudão. Ao mesmo tempo, celebrou o engajamento popular que vem crescendo no Reino Unido, onde mais de um milhão de pessoas participaram de manifestações em apoio à causa palestina nos últimos 20 meses.


Em tom contundente, o parlamentar declarou que o objetivo da atual ofensiva israelense em Gaza é “a destruição de um povo inteiro”. Para ele, a alegação de que o conflito começou em outubro de 2023 desconsidera décadas de ocupação, expulsões e destruição sistemática promovidas por Israel. “Esse sofrimento dura há mais de 70 anos. A mídia internacional ignorou a lenta eliminação do povo palestino, com a destruição de aldeias e a expansão dos assentamentos”, afirmou.


Em uma lembrança pessoal, Corbyn relatou sua visita anterior a uma escola no campo de refugiados de Jabalia. “As crianças me mostraram seus desenhos, leram poemas e estavam cheias de esperança. Hoje, aquela escola é apenas um monte de escombros. Não sei o que aconteceu com elas.”


O parlamentar britânico enfatizou que a reconstrução de Gaza deve ser liderada pelos próprios palestinos, com apoio internacional genuíno — e não com projetos “fantasiosos” como os propostos por ex-líderes norte-americanos. “Gaza já foi um centro agrícola vibrante. Agora tudo está em ruínas, com financiamento americano e conivência europeia”, disse.


Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, mais de 53 mil palestinos perderam a vida, segundo dados de organizações humanitárias. Ataques a hospitais, escolas e campos de refugiados têm agravado a crise, enquanto o bloqueio imposto à Faixa de Gaza gera escassez extrema de alimentos, medicamentos e combustível.


Diversas instituições internacionais, como a ONU, a Cruz Vermelha e a Organização Mundial da Saúde, têm apelado insistentemente pela abertura de corredores humanitários e pelo fim imediato das hostilidades, sem, até agora, alcançar êxito frente à resistência dos governos envolvidos.


“Não descansaremos até que haja justiça para o povo palestino”, concluiu Corbyn.

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