Licença para matar: Letalidade policial dispara 61% em São Paulo sob Tarcísio de Freitas
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- 21 de jul.
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A política de segurança pública adotada pelo governo Tarcísio de Freitas está no centro de uma grave denúncia: segundo Abdael Ambruster, coordenador nacional do setorial de Segurança Pública do PT, o estado de São Paulo registrou um aumento de 61,31% nas mortes por intervenção policial entre 2023 e 2024 — número que contrasta com a tendência nacional de queda de 4% no mesmo período.

Em entrevista ao programa Café PT, Ambruster atribuiu a escalada da violência a um “discurso irresponsável” do governador, à retirada das câmeras corporais da Polícia Militar e ao enfraquecimento de órgãos de controle, como corregedorias e ouvidorias. “Com segurança pública não se brinca. O desmonte promovido por Tarcísio custou vidas”, afirmou.
O coordenador denuncia que a atual gestão desdenhou dos direitos humanos e abandonou os próprios policiais: “Temos menos efetivo do que em 2015, salários entre os cinco piores do país e uma tropa adoecida psicologicamente.” Ambruster também criticou a criminalização da juventude negra e periférica, grupo mais atingido pela violência policial. “Mais de 60% das vítimas são pessoas negras. É uma política de extermínio”, destacou.
Entre 2019 e 2022, período em que o uso de câmeras era obrigatório, as mortes causadas por PMs caíram 62%, segundo dados do Unicef. “O resultado do desmonte é claro: aumento da violência e descrédito das forças de segurança”, disse.
O impacto também atinge os próprios policiais: 463 foram presos e 318 demitidos ou expulsos, segundo a PM. Ambruster responsabiliza o discurso do governador, que prometeu “estar ao lado da tropa” como uma autorização velada para o uso excessivo da força.
Ainda segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, São Paulo lidera o aumento da letalidade policial no país, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará e Maranhão. A região Sudeste foi a única que registrou crescimento nos índices, com aumento de 13,8%.
Apesar do cenário alarmante, o dirigente petista acredita em alternativas e propõe uma nova abordagem para a segurança pública, com foco em direitos humanos, combate ao racismo institucional, saúde mental dos agentes e fortalecimento das instituições de controle. Ele também reforçou a importância de um Ministério da Segurança Pública e de um piso nacional para os profissionais da área.
“Precisamos de uma política antirracista, antifascista e inclusiva. O que está em vigor é um fracasso. A população precisa refletir sobre isso nas urnas. A segurança pública é o nosso campo de disputa por um novo projeto civilizatório”, concluiu.



































































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