Em discurso, líder do Ansar Alaah acusa os EUA de atuar como parceiros nos crimes de Israel, elogia o Hezbollah e critica regimes árabes que, segundo ele, conspiram com a ocupação

O líder do movimento Ansar Alaah, Sr. Abdul-Malik al-Houthi, afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos atuam como parceiros plenos de Israel em sua ofensiva contra o povo palestino, destacando que o apoio político, militar e moral sustenta o bloqueio, a fome e os ataques em Gaza. Durante discurso, Al-Houthi elogiou o Hezbollah, descrevendo-o como “fortaleza inexpugnável” da região, e criticou regimes árabes que, segundo ele, conspiram com a ocupação às custas da soberania nacional.

Al-Houthi denunciou a escalada da agressão israelense na Faixa de Gaza, afirmando que o cerco, a fome e os ataques concentrados à Cidade de Gaza se intensificam, enquanto Washington usa seu poder de veto no Conselho de Segurança para impedir resoluções de cessar-fogo e o levantamento de restrições à ajuda humanitária. Ele citou ainda a visita de uma delegação do Congresso dos EUA e a aprovação de um acordo de armas como exemplos do comprometimento americano com a ocupação israelense.

Sayyed Abdul Malik Houthi

O líder do Ansar Alaah também abordou a situação no Líbano, afirmando que Israel mantém ataques aéreos e civis, incluindo massacres em Bint Jbeil e outras localidades, além da destruição de residências em vilarejos fronteiriços, violando acordos com o governo libanês. Al-Houthi criticou a atuação do Executivo libanês, considerando-o subserviente e insuficiente na proteção da soberania, e destacou o papel do Hezbollah e das forças de resistência na defesa da região frente ao que chamou de projeto conjunto dos EUA e Israel.

Sobre a Síria, Al-Houthi afirmou que Israel continua destruindo infraestruturas e que grupos locais, em vez de resistir, buscam coordenar-se com a ocupação. Ele ressaltou o avanço de Israel na Passagem de Davi em direção ao rio Eufrates e apontou a opressão das minorias como parte do plano sionista. O líder do partido classificou as declarações do enviado dos EUA à Síria e ao Líbano como representativas da política oficial estadunidense, destacando Israel como aliado estratégico privilegiado e regimes árabes como “vacas leiteiras” dentro de seus interesses.

Al-Houthi também comentou o recente reconhecimento do Estado da Palestina, argumentando que a chamada solução de dois Estados cria um território desmilitarizado e limitado, subordinado aos interesses israelenses. Ele elogiou a resistência palestina, afirmando que as Brigadas Al-Qassam e Al-Quds continuam realizando operações eficazes contra soldados e oficiais israelenses, causando perdas significativas e contribuindo para uma migração reversa de militares dentro da entidade ocupante.

Por fim, destacou o apoio internacional à causa palestina, mencionando manifestações em 19 países e a partida da chamada “Flotilha Global Sumud”, com 43 navios da Espanha, Itália e Tunísia, a serem reforçados por seis embarcações da Grécia, em uma operação destinada a romper o bloqueio imposto à Faixa de Gaza e apoiar a população local.