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"Se o Trump me conhecesse melhor, saberia que Lula é 20 vezes melhor que Bolsonaro”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil está tratando com seriedade a decisão do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mas ressaltou que “seriedade não exige subserviência”. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal The New York Times, publicada nesta quarta-feira (30).


Segundo Lula, a medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, terá impactos tanto para brasileiros quanto para estadunidenses. Ele criticou a motivação do republicano, apontando que a punição estaria relacionada a questões políticas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


“Brasileiros e americanos não merecem ser vítimas dessa política. Se a razão for o caso contra Bolsonaro, não faz sentido punir os dois povos. O Brasil tem uma Constituição, e o ex-presidente está sendo julgado com amplo direito de defesa”, disse.


O presidente também enfatizou que o Brasil negociará como uma nação soberana, sem se submeter a pressões externas. “Não temos medo. Temos interesses econômicos e políticos, mas o Brasil não negociará como um país pequeno diante de um grande. Negociará de igual para igual”, afirmou.


PRESIDENTE LULA, DURANTE ENTREVISTA PARA O JORNAL NACIONAL, NO PALÁCIO DA ALVORADA. BRASÍLIA - DF. ©RICARDO STUCKERT
PRESIDENTE LULA, DURANTE ENTREVISTA PARA O JORNAL NACIONAL, NO PALÁCIO DA ALVORADA. BRASÍLIA - DF. ©RICARDO STUCKERT


Democracia e comércio separados

Durante a entrevista, Lula comparou os episódios de ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2022, e ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021. Para ele, o Estado Democrático de Direito é “sagrado” no Brasil e não pode ser alvo de interferência externa.


O petista defendeu que questões políticas não devem se misturar com comércio internacional. “Se Trump quer ter uma briga política, vamos tratá-la como política. Se quer falar de comércio, sentamos e discutimos. Mas não se pode misturar tudo”, disse, ironizando que, se o republicano o conhecesse melhor, “saberia que Lula é 20 vezes melhor que Bolsonaro”.


Estratégia para mitigar impactos

Às vésperas do início do tarifaço, Lula afirmou que o Brasil buscará novos mercados caso os EUA mantenham a decisão. “Se os Estados Unidos não quiserem comprar algo nosso, vamos procurar quem queira. Tenho interesse em vender para quem pagar mais, seja qual for o país”, declarou, citando a China como principal parceira comercial.


O presidente também lamentou a dificuldade de diálogo com a Casa Branca. Segundo ele, o governo brasileiro tentou abrir canais de comunicação por meio do vice-presidente, do ministro da Agricultura e do ministro da Economia, mas não obteve resposta formal — apenas o anúncio das tarifas no site oficial de Trump.


Apesar da tensão, Lula disse esperar que as relações históricas entre Brasil e Estados Unidos possam voltar à normalidade, desde que baseadas em respeito e reciprocidade.

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