Monitoramento Ilegal: Abin Espionou Adversários Políticos 887 Vezes Durante Governo Bolsonaro
- Derek Emidio

- 25 de fev.
- 2 min de leitura

Uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou de forma ilegal um software israelense para monitorar adversários políticos e até aliados do governo Jair Bolsonaro. O programa, chamado First Mile, foi acessado 887 vezes sem autorização judicial para rastrear a localização de alvos considerados problemáticos para o governo.
A denúncia, revelada pelo Poder360, aponta que o software foi fornecido pela empresa israelense Cognyte e adquirido ainda no final do governo Michel Temer. Segundo as investigações, o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, subordinado ao policial federal Marcelo Araújo Bormevet, foi o principal responsável por essas consultas ilegais, podendo ter compartilhado senhas para acessos adicionais.

A "Abin Paralela" e o Uso Político da Inteligência
O relatório da PGR menciona a existência de uma espécie de "Abin paralela", utilizada para fins políticos, com o objetivo de atacar opositores e influenciar o sistema eleitoral. A ferramenta teria sido empregada para rastrear a localização de pessoas consideradas ameaças ao governo Bolsonaro, o que levanta preocupações sobre o uso de órgãos estatais para perseguição política e possíveis abusos contra as instituições democráticas.
Bolsonaro e as Acusações de Tentativa de Golpe
Além das denúncias de espionagem, Bolsonaro já enfrenta indiciamento por tentativa de golpe de Estado. No dia 18 de fevereiro, a PGR apresentou uma denúncia contra o ex-presidente e outros 33 envolvidos, incluindo militares e aliados próximos.
As investigações indicam que a articulação para o golpe começou entre 2022 e 2023, com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid reforça que Bolsonaro tinha conhecimento do plano e participou de reuniões estratégicas para tentar manter-se no poder.
O ex-presidente foi denunciado por cinco crimes, incluindo organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) pretende julgar o caso antes das eleições de 2026 para evitar que o processo afete o cenário político do país.
Com essas novas revelações, cresce a pressão para que os envolvidos sejam responsabilizados e que o uso indevido da inteligência estatal seja punido dentro do rigor da lei.





































































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