Netanyahu aposta em lei de isenção militar para salvar coalizão e conter crise política em Israel
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou que o projeto de lei que isenta estudantes religiosos do serviço militar obrigatório seja acelerado e votado nas próximas semanas, em uma tentativa de preservar a estabilidade de sua coalizão de governo até setembro de 2026. A medida, segundo o Canal 12 de Israel, busca conter tensões internas e evitar um colapso político em meio ao crescente descontentamento público e às divisões entre facções seculares e religiosas.
A proposta, que concede isenção aos seminaristas ultraortodoxos, reacendeu um debate histórico sobre a desigualdade no “compartilhamento de encargos” dentro da sociedade israelense, especialmente enquanto o exército enfrenta perdas expressivas e prolongados confrontos na Faixa de Gaza. Analistas afirmam que o governo tenta atender às exigências dos partidos religiosos, pilares da atual coalizão, em troca de apoio político que garanta sua sobrevivência até o próximo ciclo eleitoral.

Fontes políticas israelenses, no entanto, indicam que Netanyahu poderá ser forçado a recuar diante da forte oposição pública e parlamentar. Partidos seculares e setores ligados ao exército consideram a proposta um privilégio injustificável e um sinal de favoritismo aos grupos religiosos, enquanto familiares de soldados mortos em combate criticam o que classificam como “dupla moral do governo”.
A aprovação da lei se tornou um teste para o futuro do governo israelense. Desde o início da "guerra" em Gaza, a popularidade de Netanyahu tem oscilado, e divergências internas na coalizão, composta por facções de direita e partidos ultraortodoxos, se intensificaram. A tensão aumentou após recentes protestos em Jerusalém, onde manifestantes ultraortodoxos entraram em confronto com a polícia de ocupação, resultando na morte de um manifestante e ferimento de um agente.
A lei de isenção militar é uma das mais controversas na política israelense contemporânea. Historicamente, os estudantes das yeshivot — escolas religiosas judaicas — foram dispensados do serviço militar desde a fundação do Estado, sob a justificativa de preservar o estudo da Torá. Contudo, o número crescente de beneficiados e o prolongamento dos conflitos regionais têm provocado reações cada vez mais intensas da população civil e de setores das Forças Armadas.
Com a coalizão fragilizada e sob pressão de aliados e opositores, Netanyahu tenta equilibrar interesses contraditórios em um cenário de desgaste político e social. Se a medida for aprovada, poderá garantir temporariamente a coesão do governo; se fracassar, pode desencadear uma nova crise institucional, com potencial para precipitar eleições antecipadas.
Fonte: Al-Mayadeen Net + Canal 12 de Israel




























































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