ONU realiza reunião de emergência sobre escalada de conflito no leste da RD Congo
- Clandestino
- 27 de jan.
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A violência crescente no leste da República Democrática do Congo (RD Congo) motivou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas neste domingo. O encontro contou com a participação de representantes da ONU, Ruanda e da RD Congo, com o objetivo de discutir soluções para o conflito entre o exército congolês e os rebeldes do movimento M23, que contam com o apoio de Ruanda.
O subsecretário-geral das Operações de Paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, fez um apelo ao Conselho para uma ação rápida diante da escalada do conflito. Em nota oficial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a ofensiva do M23, que avança em direção a Goma, capital da província de Kivu Norte.
Durante os últimos ataques, três capacetes azuis da ONU morreram – dois da África do Sul e um do Uruguai. Pelo menos 11 soldados de paz ficaram feridos no confronto. Guterres expressou suas condolências às famílias das vítimas e destacou que ataques contra forças da ONU podem ser classificados como crimes de guerra, conforme o direito humanitário internacional.

Crise Humanitária e Deslocamentos
A violência na região está forçando milhares de pessoas a deixarem suas casas. A ONU reforçou seu compromisso com o Processo de Luanda, um acordo de paz liderado pelo presidente de Angola, João Lourenço, como um caminho para a solução da crise.
A representante especial da ONU na RD Congo, Bintou Keita, descreveu a situação como um "cerco" e pediu apoio internacional, além de sanções contra os responsáveis pela intensificação dos conflitos.

Troca de Acusações Entre Ruanda e RD Congo
Durante a reunião, o embaixador de Ruanda acusou as forças da ONU de apoiarem mercenários e destacou que a recente militarização da RD Congo representa uma ameaça sem precedentes à segurança regional. Ele reafirmou o compromisso de Ruanda com uma solução pacífica para o conflito.
Por outro lado, a ministra das Relações Exteriores da RD Congo, Thérèse Kayikwamba Wagner, denunciou Ruanda, alegando que o país estaria promovendo agressões que poderiam levar toda a região a uma tragédia. Ela apelou ao Conselho de Segurança para agir de forma decisiva, afirmando que “cada minuto de inação é uma vitória para o agressor”.
Chamado à Ação
A reunião deixou clara a necessidade urgente de medidas concretas para proteger as forças de paz, estabilizar a região e evitar uma escalada ainda maior da crise. “O mundo está assistindo”, alertou a ministra congolesa, pedindo à comunidade internacional que intervenha antes que seja tarde demais.