PMA da ONU exige abertura total das fronteiras de Gaza bloqueadas por Israel
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O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas exigiu nesta quarta-feira (5) a reabertura imediata e total das passagens de fronteira com a Faixa de Gaza, alertando para o risco iminente de fome em massa entre a população palestina. Segundo o órgão, o bloqueio israelense continua a restringir severamente a entrada de ajuda humanitária, mesmo após o cessar-fogo firmado em 10 de outubro.
De acordo com dados da ONU, desde a trégua, Israel autorizou a entrada de apenas 3.230 caminhões com suprimentos, número muito inferior aos 13.333 veículos previstos no plano de assistência humanitária anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O bloqueio teria impedido a entrada de 76% da ajuda destinada ao enclave, segundo agências das Nações Unidas.

Abeer Etefa, porta-voz do PMA, afirmou que, após três semanas de cessar-fogo, cerca de um milhão de pessoas receberam alimentos, mas ressaltou que a situação permanece “crítica e desesperadora”. “É urgente expandir o acesso humanitário dentro de Gaza e reabrir mais passagens para permitir a entrada de suprimentos essenciais”, declarou Etefa.
Apesar dos esforços, apenas 44 centros de distribuição do PMA estão em funcionamento, menos de um terço dos 145 planejados originalmente. A destruição de estradas e infraestruturas, aliada às restrições impostas por Israel, impede que a ajuda alcance milhares de famílias palestinas. “As cozinhas comunitárias são o que nos mantém vivos”, relatou à Al Jazeera o palestino Majid al-Zaity, pai de nove filhos.
Moradores de Gaza afirmam que o cessar-fogo não resultou em melhora significativa nas condições de vida.
“Eles dizem que há uma trégua, mas é uma trégua falsa porque o cerco continua. A farinha ainda é cara; tudo é caro para nós”, contou Hind Hijazy, mãe de seis filhos na Cidade de Gaza.
Relatórios da ONU e de organizações humanitárias denunciam que as forças israelenses têm bloqueado comboios de ajuda e atacado caminhões que tentam atravessar as fronteiras. Nesta quarta-feira, dois palestinos foram mortos a tiros por soldados israelenses no centro da Faixa de Gaza, em incidentes próximos à linha amarela do cessar-fogo.
Segundo as autoridades palestinas, desde o início do genocídio israelense em outubro de 2023, mais de 68 mil palestinos — a maioria mulheres e crianças — foram mortos. A ONU alerta que, além do número crescente de vítimas, o cerco prolongado e a destruição de infraestrutura essencial estão empurrando Gaza para uma catástrofe humanitária sem precedentes.
Fonte: Programa Mundial de Alimentos (ONU) / Associated Press / Al Jazeera




























































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